Mundo está menos pacífico
17 de junho de 2015O contraste entre regiões pacíficas e aquelas arruinadas por guerras e conflitos é cada vez maior, segundo o estudo Global Peace Index (Índice Global da Paz), divulgado pelo Instituto de Economia e da Paz nesta quarta-feira (17/06), em Londres. O estudo avaliou 162 países, listados em um ranking que vai dos mais pacíficos aos mais violentos.
Desde 2008 a paz mundial caiu 2,4%, constatou o estudo. Em 2014 os conflitos armados deixaram 180 mil mortos e 50 milhões de refugiados ao redor do planeta.
A América Latina contribuiu para esse cenário. Tanto a América do Sul, que piorou no ranking, como a América Central, que melhorou, estão abaixo (3%) da média global do índice, elaborado desde 2008 pelo Instituto de Economia e da Paz, fundado pelo empresário e filantropo australiano Steve Killelea.
Mais uma vez, as regiões que mais sofrem com a violência são o Oriente Médio e o norte da África. Na última posição do Global Peace Index está a Síria, país praticamente destruído pela guerra civil, que deixou 71 mil mortos no ano passado. Iraque e Afeganistão ocupam a duas posições anteriores. O país onde a situação mais piorou é a Líbia, onde grupos nacionalistas e islamistas lutam pelo poder.
No outro extremo está a Europa, apesar de casos de terrorismo na Dinamarca e principalmente na França (posição 45 no ranking) terem piorado a avaliação desses países. Islândia, Dinamarca e Áustria ocupam as três primeiras posições. A Alemanha é a 16ª colocada. Há 15 países europeus entre os 20 primeiros.
Na América do Sul, os países mais violentos são a Colômbia (146), devido ao número de refugiados resultantes do conflito com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), a Venezuela (142), por causa das manifestações violentas e da expansão do arsenal militar, e o Brasil (103), onde houve um aumento da agitação civil.
O país sul-americano mais pacífico é Chile, que ocupa a 29ª posição entre os 162 avaliados, seguido pelo Uruguai (44), que caiu no ranking devido ao indicador que mede as forças de segurança, afirma o relatório de 124 páginas.
Em declarações à agência de notícias Efe, Killelea afirmou que entre os indicadores que pioram a posição da América Latina estão o alto índice de homicídios, "superior a qualquer outro lugar do mundo", assim como o nível de corrupção e os conflitos internos.
Segundo o empresário, essa situação pode ser corrigida com fatores que impulsionam a paz, como um bom ambiente de negócios, baixos níveis de corrupção, bom nível educacional, imprensa livre, melhor distribuição de renda e tolerância social.
Os países onde esses indicadores estão mais consolidados, como as democracias europeias, desfrutam de níveis mais elevados de paz, mesmo quando confrontadas com impactos externos, afirmou Killelea.
Entre os indicadores usados na elaboração do ranking estão segurança pública, participação em conflitos, grau de militarização, terrorismo, gastos com armas, violência policial, taxa de homicídios e justiça social.
AS/efe/dpa/ots