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"Reorganização escolar em SP, em princípio, é correta"

Marina Estarque, de São Paulo 3 de novembro de 2015

Em entrevista à DW, ex-ministro da Educação Renato Janine Ribeiro alerta, porém, que mudanças na rede estadual de ensino, que preveem o fechamento de 94 escolas, precisam ser feitas com cuidado.

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Symbolbild Lehrerstreik
Foto: picture-alliance/dpa/J. Kalaene

O ex-ministro da Educação Renato Janine Ribeiro afirmou, em entrevista à DW Brasil, que a reorganização do ensino em São Paulo, em princípio, é correta. A medida, da gestão de Geraldo Alckmin (PSDB), prevê o fechamento de 94 escolas no estado.

"O Brasil, desde os anos 1960, foi aumentando a quantidade de estudantes, mas fez isso com cada vez mais alunos por sala, o que não é bom. Por isso, se houve uma redução na demanda, devemos discutir se não seria o caso de diminuir o tamanho das classes. Parece que o secretário estadual é aberto a essa discussão. Mas a medida não está errada, em princípio", afirmou.

Janine alertou, entretanto, que a medida precisa ser feita com cuidado, porque a transferência "mexe com a identidade dos alunos". Sobre a separação das escolas por ciclos, ele diz não ter uma opinião formada, mas ressalta que pode representar um ganho na gestão.

"Não há a menor dúvida de que fica mais fácil a gestão. É simples: se você tem alunos de 6 a 17 anos na escola, você tem problemas muito diferentes. Uma escola muito grande e com muitas séries é mais difícil de administrar", argumenta.

Renato Janine Ribeiro
Renato Janine Ribeiro: "Uma escola muito grande e com muitas séries é mais difícil de administrar"Foto: DW/M. Estarque

O plano da prefeitura é segmentar as escolas em três grupos (anos iniciais e finais dos ensinos fundamental e médio), conforme o ciclo escolar, como forma de melhorar o rendimento dos estudantes.

O governo pretende também reorganizar de forma geral a rede de ensino, cujo número de alunos diminuiu. Entre 1998 e 2014, as matrículas passaram de 6 milhões para 3,8 milhões.

A reorganização tem causado protestos de pais, alunos e professores, que são contra a realocação e fechamento de escolas. O destino dos espaços ainda não está claro, mas o governo afirma que eles poderão ser usados para o ensino técnico ou repassados para prefeituras.