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Robô inteligente é criado para mapear fundo do mar e ajudar em buscas

Fabian Schmidt (cn)10 de abril de 2014

O aparelho pode ajudar a encontrar caixas-pretas de aviões desaparecidos, além de recursos minerais. Sistema de submarinos usa inteligência coletiva e estação de recarga fixa no fundo do mar.

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Foto: DW/Fabian Schmidt

Um sistema submarino não tripulado dotado de inteligência coletiva pode ajudar nas próximas buscas no mar. Ele foi desenvolvido na Alemanha em uma parceira entre universidade, centros de pesquisas e indústrias. O Smis, sigla para Subsea Monitoring via Intelligence Swarms, poderá mapear o fundo do oceano e encontrar, inclusive, recursos minerais.

"O sistema é composto por dois veículos submarinos – que conduzem a missão –, uma estação fixa no fundo do mar que funciona como posto de recarga da bateria dos veículos, além de um barco para a retransmissão do contato via satélite com uma estação terrestre", conta Sven Hoog, engenheiro naval na Impac Offshore Engenharia, com sede em Hamburgo, e coordenador do projeto.

Quando o submarino estiver mapeando uma grande área ou procurando uma caixa-preta, por exemplo, a estação de recarga é fixada em um ponto no fundo do mar. Então, um barco na superfície determina sua posição por meio de um satélite de navegação. Esses dois pontos fixos auxiliam os submarinos a determinar sua posição. E o contato entre eles é constante, por meio de sinais de dados acústicos.

"Nós queremos mergulhar a uma profundidade de até seis mil metros e a distância horizontal entre a estação terrestre deve atingir no mínino oito quilômetros", diz Hoog. Para o engenheiro, o sistema pode ser usado também para a exploração de recursos no mar, por exemplo, na busca por nódulos de manganês, que possuem elementos de interesse econômico como cobre, níquel ou cobalto.

"O sistema também pode ser usado para determinar rotas de cabos para parques eólicos offshore, além da busca por caixas-pretas", completa Hoog.

U-Boot Servo und Steuerung
Sistema de pressão neutra possibilita mergulho em grandes profundidadesFoto: DW/Fabian Schmidt

Feira de Hannover

Os submarinos se orientam por meio da inteligência coletiva, ou seja, todos sabem sempre onde os outros estão. Assim, durante uma busca, eles se apoiam mutuamente. A tecnologia computacional foi desenvolvida pelo Instituto de Tecnologia de Karlsruhe.

As baterias dos submarinos são recarregadas nas estações fixas, e eles têm capacidade de fazer buscas no fundo do mar por três dias seguidos. Para a recarga, os veículos não precisam de cabos – ela acontece pelo processo de indução, como uma escova elétrica. Com essa tecnologia, os sistemas permanecem lacrados, evitando que água entre na parte elétrica. A transferência de dados também ocorre dessa maneira, quando o submarino está na estação fixa.

A montagem das peças do submarino ficou a cargo da empresa Enitech, localizada em Bentwisch, especializada em sistemas de pressão neutra. Ou seja, o robô quase não tem mais vasos de pressão. Todo o espaço entre os componentes eletrônicos precisa ser preenchido com um elastômero apropriado.

"Para isso, nós usamos silicone industrial", revela Carl Thiede, presidente da Enitech. A vantagem desse material é que mesmo, com uma pressão extrema, ele não deforma. Ao mesmo tempo, tudo está à prova d'água.

Seilzugmodell für Untersee-Roboter
Molinete controla posição do aparelhoFoto: DW/Fabian Schmidt

Tamanho reduzido

"Nós não queremos construir um veículo enorme, com cinco braços robóticos. Ele deve ter um mecanismo simples de gancho. Além disso, deve possuir tudo o que um veículo submarino operado remotamente possui", diz Thiede.

Ele é composto por várias câmeras óticas, sonar e também comunicação acústica. "Quando nenhum componente extra é necessário, ele pode ser construído do menor tamanho possível. Nós não precisamos de cinco contêineres para transportá-lo para o local de busca, apenas duas caixas são suficientes. Além disso, há também um computador", afirma.

O Instituto Leibnitz para Pesquisa Oceânica coopera no projeto do Smis, auxiliando na realização de testes em alto mar que acontecem em seus navios de pesquisa. Segundo o pesquisador Johann Ruickoldt, todos os submarinos e aparelhos submarinos como sondas de pesquisa são levados ao fundo do mar por um guincho e são fixados por um determinado período de tempo.

Executar essa ação não é muito fácil, porque o navio balança, o que faz a corda onde estão amarradas as sondas e submarinos sacudir. Isso é um problema durante o recolhimento de amostras ou medição.

"Nossa solução foi criar um guincho que compensa o impacto da agitação do mar no navio", afirma Ruickoldt. Ou seja, o equipamento transfere para a corda o movimento inverso da oscilaão do navio. O movimento é controlado por um sensor de alta precisão no navio.