Eleição na Rússia
2 de março de 2008Os 109 milhões de eleitores da Rússia estão convocados para votar neste domingo (02/03) o sucessor de Vladimir Putin na presidência do país. Após dois mandatos seguidos, ele não pôde mais se candidatar ao cargo.
Devido às diferenças de fuso horário no país, a votação se estenderá por um período de 22 horas, do extremo leste da Federação Russa até Kaliningrado, exclave russo entre a Polônia e a Lituânia, à beira do Mar Báltico.
Para oposição, pleito é "farsa"
Em todo o país, foram destacados 450 mil soldados e policiais para garantir a segurança das urnas e dos eleitores. A oposição considera a votação uma "farsa", acusando o Kremlin de apoio unilateral ao candidato sugerido por Putin, Dimitri Medvedev.
Num pronunciamento transmitido pela televisão na sexta-feira, Putin havia conclamado os russos a participarem em peso do pleito. Putin salientou que a votação é um passo decisivo para a renovação da liderança do país, mas não citou o nome de Medvedev, de 42 anos.
O vice-premiê russo e presidente da Gazprom votou ao lado da esposa já pela manhã. "Estou bem disposto. A primavera chegou", disse Medvedev, referindo-se ao bom tempo na capital russa.
Rivais inofensivos
Além de Medvedev, cuja vitória é considerada certa, concorrem ao cargo de presidente da Rússia os candidatos Guennadi Ziuganov, dirigente do Partido Comunista; o ultranacionalista Vladimir Jirinovski, líder do Partido Liberal Democrático; e Andrei Bogdanov, candidato do Partido Democrático.
Os candidatos realmente incômodos ao Kremlin foram impedidos de se candidatar para o pleito, entre eles o ex-primeiro-ministro Mikhail Kasianov e o ex-campeão mundial de xadrez Garri Kasparov.
As pesquisas de opinião projetam cerca de 80% dos votos para o candidato oficial. Na eleição de 2004, Putin teve confirmado o seu segundo mandato com 71,3% dos votos no primeiro turno.