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Rússia reivindica território no Ártico

5 de agosto de 2015

Moscou pede à ONU jurisdição sobre 1,2 milhões de quilômetros quadrados, visando a exploração da área, que pode conter 4,9 bilhões de toneladas de combustíveis fósseis. Greenpeace alerta sobre riscos ambientais.

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Symbolbild Russland Anspruch in der Arktis
Foto: picture-alliance/AP Photo/Association of Russian Polar Explorers

O Ministério do Interior da Rússia anunciou nesta quarta-feira (05/08) que o país enviou à ONU um pedido de jurisdição sobre um vasto território no Ártico. Em nota, o ministério afirma que Moscou reivindicou à Comissão da ONU sobre os Limites da Plataforma Continental (CLCS, na sigla em inglês) uma área de 1,2 milhões de quilômetros quadrados.

Assim como a Rússia, os Estados Unidos, o Canadá, a Dinamarca e a Noruega têm feito tentativas de assegurar jurisdição sobre regiões no Ártico, onde se estima que estejam um quarto das reservas mundiais de petróleo e gás ainda não descobertas. Segundo estimativas russas, a soberania sobre o território reivindicado resultaria no acesso a 4,9 bilhões de toneladas de combustíveis fósseis.

A corrida pelos recursos naturais da região se intensificou após o amplo derretimento do gelo polar, que abriu novas oportunidades para exploração. A Rússia foi o primeiro país a entrar com um pedido de jurisdição, em 2002, mas a ONU o rejeitou alegando falta de evidências que justificassem o domínio russo sobre o território.

O porta-voz da ONU Farhan Haq afirmou que Moscou submeteu uma revisão parcial do pedido em 2013. O Ministério do Interior russo afirma que o novo pedido encaminhado nesta quarta-feira contém "dados científicos abundantes recolhidos durante anos de pesquisa no Ártico", que justificariam a jurisdição sobre o local.

"Próxima Arábia Saudita"

A organização ambientalista Greenpeace alertou sobre os riscos ao meio ambiente, afirmando que o derretimento do Ártico revela um território marítimo novo e vulnerável, e "países como a Rússia e Noruega querem transformá-lo na próxima Arábia Saudita".

O ativista da organização Vladimir Chuprov alertou que "a menos que atuemos em conjunto, essa região poderá estar permeada de poços de petróleo e frotas de pesca ainda durante o tempo em que vivemos". Ele pediu aos países que buscam jurisdição sobre a área que trabalhem juntos no intuito de criar um santuário de proteção ao redor do polo Norte.

A Rússia espera que a comissão inicie a análise de seu pedido nos próximos meses. Entretanto, o porta-voz da ONU afirmou que a submissão russa deverá ser incluída na agenda somente em fevereiro ou março do ano que vem.

Em 2007, Moscou reivindicou o território simbolicamente ao lançar ao fundo do mar um barril com a bandeira russa, a partir de um submarino no polo Norte. Recentemente, o Kremlin reforçou a presença militar na região, restaurando uma antiga base soviética nas Ilhas da Nova Sibéria e outros postos militares.

RC/afp/ap