Saban incorporará rede de TV alemã
6 de agosto de 2003Terminou a novela “Saban-KirchMedia”. Ou pelo menos sua primeira temporada. Após uma tentativa inicial frustrada há dois meses, o miliardário norte-americano Haim Saban finalmente conseguiu comprar a rede alemã de televisão ProSiebenSat.1 (que inclui as emissoras Pro7, Sat.1 e Kabel 1). Graças ao voto unânime da comissão dos credores da KirchMedia, pronunciado nesta terça-feira (05) Saban ficará com a parte mais lucrativa da massa falida do finado império.
Em junho, um contrato já assinado tivera que ser anulado, por divergências quanto ao valor de dois objetos de negociação. Segundo pessoas ligadas às negociações, Saban e seus parceiros financeiros pagarão 725 milhões de euros por 50,5% das ações da companhia. Além disso, o magnata da mídia de Beverly Hills comprometeu-se a elevar em 280 milhões de euros o capital do grupo de emissoras. Atualmente elas sofrem as conseqüências da crise econômica e da falência da KirchmMedia.
A matemática do lucro
O fracasso, há dois meses, da incorporação do núcleo do império Kirch, após longas negociações de detalhe, deveu-se a dificuldades quanto a seu financiamento. Assim, foi recebido com surpresa a apresentação, por Saban, de um elaborado plano de finanças. Com este, ele conseguiu convencer os bancos: “Estamos muito felizes que a comissão de credores haja aceito nossa proposta. É com alegria que fechamos a transação”, declarou Saban. O montante da compra já foi depositado numa conta do JP Morgan Chase Bank, e estará à disposição a partir da assinatura do contrato, programada para as próximas 48 horas.
Desta vez, o gigantesco arquivo de filmes da KirchMedia não está incluído na transação. Segundo o porta-voz do grupo, Rudolf Wallraf, este é um detalhe relativamente insignificante: o contrato com a ProSiebenSat.1 está praticamente fechado. Ele estabelce a compra de duas mil produções, perfazendo entre 80% e 90% do preço a ser pago por toda a filmoteca da Kirch.
Além disso, há numerosos interessados nos demais 16 mil filmes do arquivo, assim como a possibilidade de venda dos direitos para lançamento em vídeo e DVD. “Calculamos que, no final das contas, nossos lucros superarão a oferta original de Saban”, alegrou-se Wallraf.