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Schröder defende taxação de operações financeiras

(sm)28 de janeiro de 2005

Países industrializados cogitam colocar a mão no mercado financeiro para levantar fundos para o 3º Mundo. Europeus estão divididos entre taxar transações ou fazer empréstimos. Schröder apóia criação de imposto.

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Schröder em DavosFoto: AP

O chanceler federal alemão, Gerhard Schröder, apóia a introdução de um imposto mundial de especulação sobre transações financeiras, a fim de poder financiar o perdão da dívida externa dos países mais pobres da África.

Ao fazer esta declaração, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça), ele ressalvou, ao mesmo tempo, que tem dúvidas sobre o grau de aceitação da proposta, relançada na discussão pelo presidente francês, Jacques Chirac, em Davos.

Caso haja muita resistência, cogitou Schröder, seria o caso de apoiar a sugestão britânica de fazer empréstimos do mercado financeiro, a fim de levantar mais recursos de ajuda aos países em desenvolvimento.

Conservadores contra, antiglobalizadores a favor

Políticos da oposição rejeitaram com rigor a introdução de um imposto de especulação, qualificando-o de pouco realista e prejudicial ao mercado financeiro alemão. A Confederação dos Bancos Alemães advertiu das conseqüências negativas para o crescimento econômico e para o mercado de trabalho mundial.

A proposta de Schröder foi bem aceita entre os críticos da globalização. A organização Attac saudou o fato de o governo em Berlim ter abandonado a resistência que mostrava até então contra a taxação de transações financeiras.

A discussão sobre um imposto sobre transações de especulação financeira não é de hoje. A concepção mais propagada é a do prêmio Nobel James Tobin, defensor de um imposto sobre negócios de curto prazo com divisas.

Berlim repensa crítica à taxação

O ministro alemão das Finanças, Hans Eichel, criticou diversas vezes esta proposta, remetendo-se a dificuldades de implementação e ao impacto de uma medida dessas sobre a economia. Schröder tem plena consciência destes problemas, segundo comunicou um porta-voz do governo.

Em Davos, o presidente francês havia apontado que uma taxação de 0,1% possibilitaria levantar dez bilhões de euros. Schröder, por sua vez, conta com grande resistência por parte de outros países industrializados. Caso esta proposta não tenha repercussão, o chanceler federal alemão também estaria disposto a apoiar a proposta britânica, advertindo ao mesmo tempo que um leque muito grande de propostas poderia colocar em risco um consenso internacional.

Ajuda sustentável à África

A ministra alemã do Desenvolvimento, Heidemarie Wieczorek-Zeul, elogiou as sugestões do chanceler federal Gerhard Schröder e do ministro britânico das Finanças, Gordon Brown, para viabilizar o financiamento alternativo da ajuda ao desenvolvimento e ao combate à pobreza.

Diante da dramática propagação da Aids, sobretudo na África, os países industrializados teriam que prestar uma ajuda "duradoura e sustentável" às populações deste continente, declarou a ministra em Berlim.

Diversos estudos mostram que maiores investimentos no combate à pobreza "realmente colaboram" para proteger as pessoas de contaminação pelo vírus HIV e proporcionar a elas maiores perspectivas de vida.