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Schulz reitera que negociações com Merkel terão preço

9 de dezembro de 2017

Em encerramento do congresso nacional do SPD, líder social-democrata reafirma disposição em dialogar com conservadores para formar nova coalizão, mas diz que seu partido tem demandas e não vai governar a qualquer custo.

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Schulz durante o encerramento do congresso nacional do SPD em Berlim
Schulz durante o encerramento do congresso nacional do SPD em BerlimFoto: picture-alliance/dpa/M. Kappeler

O líder do Partido Social-Democrata (SPD), Martin Schulz, reafirmou neste sábado (09/12) a disposição da legenda em dialogar com o partido da chanceler federal alemã, Angela Merkel, para a formação de uma nova coalizão de governo, mas deixou claro que qualquer acordo terá um preço.

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"É frustrante que outros [partidos] tenham colocado o país neste impasse, e nós – não pela primeira vez na história – agora tenhamos que assumir essa responsabilidade nacional", declarou Schulz durante um breve discurso no encerramento do congresso nacional do SPD, em Berlim.

Segundo o líder, os social-democratas estão prontos para assumir tais responsabilidades, mas a forma como isso será feito "é algo que o SPD vai decidir sozinho". "Não aceitaremos lições de outros", destacou o político, acrescentando que o partido "não precisa governar" a qualquer custo.

Na quinta-feira, o SPD abriu caminho para uma nova coalizão de governo com os partidos União Democrata Cristã (CDU), de Merkel, e União Social Cristã (CSU), após um apelo de Schulz para que os membros da legenda deixassem de lado sua relutância em novamente se unir aos conservadores.

Reunidos em Berlim, os cerca de 600 delegados do SPD votaram por ampla maioria pelo estabelecimento de conversas de sondagem "com resultado em aberto" com os dois partidos. Esse diálogo, que precede as negociações formais, deve ter início na próxima quarta-feira.

Sem acordo para uma coalizão, o que acontece?

Consciente das vozes contrárias a essa aliança, Schulz prometeu levar o programa social-democrata às reuniões e estudar quais conteúdos podem ser assimilados pelo novo governo.

O líder reiterou que, para o SPD, é crucial determinar como tornar melhor a vida das pessoas no país e, por isso, as conversas devem se concentrar em problemas políticos concretos.

Segundo Schulz, se houver a possibilidade de o governo reduzir as taxas de pobreza entre idosos, melhorar a assistência social, garantir moradias mais acessíveis e avançar nas políticas pró-Europa, o partido social-democrata deve "aproveitar a oportunidade".

Em seu discurso em Berlim, o político alemão ainda rebateu as críticas recentes do líder da CSU no Parlamento alemão, Alexander Dobrindt. Segundo o conservador, o SPD anda "mal-humorado" desde a eleição federal em setembro, quando obteve seu pior resultado desde 1949. "Não estamos mal-humorados. Você fez uma confusão com tudo isso", rebateu o líder social-democrata.

Dobrindt também havia acusado Schulz – ex-presidente do Parlamento Europeu – de ser um "europeu radical", depois de o político ter expressado, a delegados do SPD, seu desejo de que a União Europeia (UE) se torne "os Estados Unidos da Europa" até 2025.

"Sim, senhor Dobrindt. Não é só eu, mas todo meu partido. Nós todos somos pró-europeus radicais", declarou Schulz no encerramento do congresso.

O impasse político na Alemanha

Após a eleição federal em setembro, os social-democratas anunciaram que voltariam à oposição. Com isso, a Alemanha ficou diante de uma formação inédita de governo: a chamada coalizão "Jamaica", entre CDU, CSU, Partido Liberal Democrático (FDP) e Partido Verde.

No entanto, as sondagens entre os partidos fracassaram após o FDP anunciar que estava abandonando a mesa de negociações, no último dia 19 de novembro, complicando o futuro de um quarto mandato de Merkel como chanceler federal.

Nesta semana, em meio à pressão do presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, para que os partidos resolvam o impasse, o SPD abriu caminho para a formação de uma nova "grande coalizão", chamada assim por reunir as duas maiores bancadas do Bundestag.

Apesar de a maioria dos social-democratas ter votado a favor das sondagens prévias com o partido de Merkel e sua legenda-irmã, uma série de delegados do partido se pronunciou, em discursos inflamados, contra uma reedição da parceria com os conservadores.

Após as primeiras conversas entre líderes da CDU/CSU e do SPD, deve haver, em janeiro, uma votação sobre possíveis negociações de coalizão. Um acordo de coalizão ao fim das conversas teria, então, que ser aprovado por todos os 440 mil membros do SPD via votação por carta.

Se a formação de uma coalizão com os social-democratas falhar, a Alemanha pode estar diante de um governo minoritário de Merkel ou mesmo a convocação de novas eleições.

EK/afp/dpa/efe/rtr/dw

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