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Senado dos EUA impede leitura de carta crítica a Sessions

8 de fevereiro de 2017

Em sessão sobre indicação de Jeff Sessions ao cargo de procurador-geral do Estado, senadora democrata foi proibida por votação de ler documento escrito há 30 anos por viúva de Martin Luther King.

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Elizabeth Warren
Elizabeth WarrenFoto: picture-alliance/AP Photo/Senate TV

A senadora democrata Elizabeth Warren foi impedida pela maioria republicana, por meio de uma votação, de ler no Senado uma carta escrita há 30 anos pela viúva de Martin Luther King com críticas a Jeff Sessions, candidato do presidente Donald Trump para ocupar o cargo de procurador-geral do Estado e secretário de Justiça, divulgaram nesta quarta-feira (08/02) jornais americanos.

A votação ocorreu de madrugada depois que o líder da maioria republicana, Mitch MacConnell, censurou a atitude da senadora e disse que ela havia quebrado todas as regras do Senado. Segundo MacConnell, a legislação da Casa proíbe comentários depreciativos sobre colegas parlamentares. Sessions, de 69 anos, é atualmente senador pelo estado do Alabama.

A votação contra Warren ocorreu durante um dos debates no Senado sobre a indicação de Sessions, e a democrata acabou perdendo por 49 votos contra 43, o que finalmente impediu a leitura da carta. Posteriormente, a senadora leu a carta de Coretta Scott King em seu perfil no Facebook.

No documento de 1986, a viúva de Martin Luther King se posicionava contra a nomeação de Sessions como juiz federal, argumentando que o atual senador usava seu cargo como promotor do Alabama "para intimidar e assustar os eleitores negros de idade avançada" e tinha tomado medidas de linha racista. Na época, a nomeação acabou não saindo.

Warren argumentou que não infringiu a regra do Senado que proíbe comentários depreciativos, pois não estava fazendo observações próprias, mas lendo uma carta que foi enviada ao Comitê Judiciário.

Senador há 20 anos, Sessions se tornou, durante a campanha eleitoral do ano passado, um dos mais fiéis assessores de Trump, compartilhando com ele várias ideias, como a criação de uma política de mão firme contra o crime e a deportação em massa dos imigrantes ilegais que vivem nos EUA.

CN/efe/ap/afp