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Shell abandona projeto de exploração no Ártico

28 de setembro de 2015

Gigante anglo-holandesa afirma não ter encontrado reservas significativas de petróleo bruto na região. Ambientalistas e acionistas da empresa comemoram fim da iniciativa considerada arriscada e de alto custo.

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Plataforma Shell Polar Pioneer
Foto: picture-alliance/AP Photo/E. Thompson

O grupo anglo-holandês Shell anunciou nesta segunda-feira (28/09) que irá abandonar os planos de exploração de petróleo no Ártico por não ter encontrado reservas significativas na região. A medida agrada tanto ambientalistas quanto acionistas da empresa que se opunham ao projeto, considerado arriscado e caro demais.

A Shell declarou em comunicado que não encontrou indícios suficientes para "garantir futuras explorações" no poço de Burger J. Além das análises no local, a decisão de abandonar o projeto se baseou nos altos custos e na imprevisibilidade das regulamentações ambientais federais na costa do Alasca.

"O poço será selado e abandonado em acordo com as regulamentações americanas", informou a empresa. "A Shell irá cessar futuras explorações na costa do Alasca no futuro próximo."

O anúncio veio apenas seis semanas após o governo americano ter concedido permissão para que a empresa iniciasse os procedimentos de exploração na região.

Ambientalistas temiam que um possível vazamento de petróleo na região pudessem causar danos de grandes proporções ao meio ambiente, ameaçando espécies protegidas. Os acionistas da empresa se preocupavam com o preço do petróleo, que caiu mais da metade em um ano, levando as maiores empresas energéticas do mundo a reduzirem seus investimentos.

A organização ambientalista Greenpeace, cujos ativistas chegaram a invadir uma das plataformas da Shell que se dirigia ao Ártico, comemorou o anúncio. O diretor executivo do grupo no Reino Unido, John Sauven, afirmou que esta foi uma "derrota incontestável" para as grandes empresas petrolíferas. "As pessoas venceram", comemorou.

O fracasso da campanha da Shell é segundo revés de grandes proporções sofrido pela empresa no Ártico. Em 2012, a empresa interrompeu a exploração por três anos depois de ter perdido o controle sobre uma plataforma de perfuração.

RC/rtr/afp