Steinmeier diz que eleições são cruciais para crise
13 de maio de 2014Em visita à Ucrânia, o ministro do Exterior da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, afirmou nesta terça-feira (13/05) que as eleições presidenciais ucranianas, marcadas para 25 de maio, são "cruciais" para uma solução política para a pior crise diplomática entre Ocidente e Moscou desde a Guerra Fria.
"Espero que as eleições ocorram e que consigam produzir uma atmosfera voltada para o futuro", disse Steinmeier durante uma reunião com o primeiro-ministro ucraniano, Arseniy Yatsenyuk, em Kiev.
O ministro alemão ressaltou também o apoio de Berlim ao diálogo entre o governo central da Ucrânia e as regiões separatistas e pediu que reféns fossem libertados e que os prédios governamentais tomados pelos rebeldes fossem desocupados.
Yatsenyuk, no entanto, reiterou que o presidente russo, Vladimir Putin, é o principal responsável pela instabilidade na Ucrânia. "A chave para uma estabilização está em Moscou, e não em Kiev."
A viagem de Steinmeier tem como objetivo ser o início da implementação de uma estratégia traçada pela Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) para solucionar a crise. O plano da entidade, apresentado nesta segunda-feira, exorta todas as partes envolvidas a abster-se de violência, além de prever conversas sobre descentralização e o status do idioma russo.
A proposta da OSCE consiste numa rodada de conversas na Ucrânia, com a presença de representantes das diferentes forças políticas envolvidas. O governo ucraniano concordou em participar das conversas, mas ainda não nomeou um moderador do país, que conduziria as conversas ao lado do diplomata alemão Wolfgang Ischinger. A Rússia também saudou a iniciativa, mas os separatistas ainda não confirmaram presença nas conversas.
Durante a passagem pela Ucrânia, Steinmeier também deve se reunir com o presidente interino Oleksandr Turchynov. Além de Kiev, o ministro alemão ainda visitará Odessa, no sul do país, onde confrontos entre partidários do governo e separatistas mataram cerca de 50 pessoas na semana passada.
A crise na Ucrânia está deixando o país à beira da falência. Ainda nesta terça-feira, o premiê ucraniano e membros do seu gabinete eram aguardados em Bruxelas para discutir uma ajuda financeira da União Europeia.
RM/afp/ap/dpa/rtr