Trio ofensivo funciona e deixa Uruguai com um pé na semifinal
21 de junho de 2013Demorou um pouco – precisamente 50 minutos – e foi apenas em um lance. Mas o trio ofensivo uruguaio enfim voltou a funcionar e foi decisivo nesta quinta-feira (20/06), em Salvador, na vitória por 2 a 1 sobre a Nigéria, fundamental para manter a Celeste viva no grupo B da Copa das Confederações.
O resultado deixou o time de Edinson Cavani, Luis Suárez e Diego Forlán com um pé na semifinal do torneio. Os uruguaios têm agora os mesmos três pontos dos nigerianos, mas ainda vão enfrentar o fraco Taiti, enquanto os africanos terão pela frente a Espanha, líder da chave com duas vitórias em dois jogos. As duas partidas ocorrem no domingo.
A partida mostrou que as alterações feitas pelo técnico Óscar Tábarez surtiram efeito. Reservas contra a Espanha, Forlán deu maior poder de criação ao ataque e Arévalo Rios deixou o meio-campo uruguaio mais equilibrado. A Nigéria, por sua vez, apesar de não ter deixado de brigar durante todo o jogo, esbarrou em suas próprias limitações táticas.
O gol da vitória da primeira partida da história entre Uruguai e Nigéria – um chute de canhota, de rara precisão – foi um prêmio a Forlán, que fazia seu centésimo jogo com a camisa uruguaia. O outro gol da Celeste foi de Lugano, enquanto Mikel descontou para os nigerianos.
Durante o jogo, houve protestos em Salvador, como em várias outras cidades do país. Cerca de 20 mil pessoas tentaram se aproximar da Fonte Nova enquanto a partida acontecia, mas foram contidas pela tropa de choque da PM, que usou bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Dois micro-ônibus da Fifa chagaram a ser apedrejados por manifestantes.
O jogo
As duas seleções fizeram um primeiro tempo equilibrado. Mas as primeiras ações foram do Uruguai. Logo a 1 minuto de jogo, Rodríguez aproveitou uma rebatida da zaga e acertou um chute firme de esquerda, dando trabalho ao goleiro Enyeama.
Até os 15 minutos, só o Uruguai levava perigo. Mas foi justamente quando a Nigéria começava a sair mais para o jogo, chegando a assustar duas vezes a meta de Muslera, que a Celeste abriu o placar. Aos 18 minutos, Forlán cruzou rasteiro pela esquerda, Cavani furou e Lugano, num chute fraco, porém de dentro da pequena área, fez 1 a 0.
O empate saiu aos 36 minutos, numa grande jogada nigeriana. Em belo lance, Ideye achou Mikel, que com frieza driblou Lugano e tocou com categoria no ângulo direito do goleiro Muslera.
Na volta do intervalo, o Uruguai não demorou a ficar à frente novamente no placar. E foi justamente num momento de inspiração do trio que o havia levado às semifinais da Copa do Mundo e ao título da Copa América. Aos 5 minutos, Suárez roubou bola no campo de ataque e passou para Cavani. O atacante do Napoli rolou na esquerda para Forlán, que acertou belo chute de primeira, sem chances para o goleiro nigeriano.
A Nigéria sentiu o golpe, e o jogo ficou mais duro. Mas enquanto os nigerianos tentavam de forma desordenada chegar ao empate, os uruguaios tinham paciência – e Forlán, Suárez e Cavani como válvula de escape nos momentos de aperto.
O placar teria, inclusive, sido mais amplo se Cavani não estivesse num dia ruim. O atacante teve pelo menos duas chances claras de gol e não converteu. Na primeira, aos 24 minutos, recebeu lançamento milimétrico de Forlán, dominou com estilo no peito, mas isolou quando chegou diante do goleiro nigeriano.
Na outra, já aos 30, recebeu outro lançamento de Forlán, desta vez em cobrança de falta, e sozinho, na grande área, cabeceou para longe. Diante das investidas africanas, Tabárez tirou Suárez para colocar um zagueiro, e o atacante saiu visivelmente contrariado. A Nigéria ainda tentou reagir, mas parou na defesa sólida uruguaia. A Celeste está a um passo da semifinal – e o adversário pode ser o Brasil.
Ficha técnica
Local: Arena Fonte Nova - Salvador
Gols: Lugano (18 do primeiro tempo); Mikel (38 do primeiro tempo); Forlán (5 do segundo tempo)
Cartões amarelos: Babatunde e Akpala (Nigéria); Lugano e Coates (Uruguai)
Arbitragem: Björn Kuipers (Holanda), auxiliado pelos compatriotas Sander van Roekel e Erwin Zeinstra.
Nigéria: Vincent Enyeama, Efe Ambrose, Godfrey Oboabona, Kenneth Omeruo e Uwa Echiéjilé; Fedor Ogude, John Ogu (Sunday Mba) e John Obi Mikel; Ahmed Musa, Nnamdi Oduamadi (Babatunde) e Ideye Brown (Joseph Akpala).
Técnico: Stephen Keshi.
Uruguai: Fernando Muslera; Diego Godín, Diego Lugano, Martín Cáceres; Maximiliano Pereira, Egidio Arévalo Rios, Álvaro González e Cristian Rodríguez (Álvaro Pereira); Diego Forlán, Luis Suárez (Sebastian Coates) e Edinson Cavani.
Técnico: Óscar Tabárez