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Trump retira EUA do maior acordo comercial da história

23 de janeiro de 2017

Cumprindo promessa de campanha, presidente usa seu primeiro dia útil no cargo para decretar saída americana da Parceria Transpacífico, que englobaria em torno de 40% da economia mundial e 800 milhões de pessoas.

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USA steigen aus Transpazifik-Handelsabkommen aus
Trump exibe ordem executiva após assiná-la: "grande coisa para os trabalhadores americanos", disseFoto: Reuters/K. Lamarque

O presidente americano, Donald Trump, assinou nesta segunda-feira (23/01) um memorando retirando os Estados Unidos da Parceria Transpacífico (TPP, na sigla em inglês), que prometia ser o maior acordo comercial da história. O ato cumpre uma das promessas de campanha do magnata, que se comprometera a tirar o país do acordo em seu primeiro dia útil no cargo.

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O anúncio, que vai contra os esforços do governo Barack Obama em estreitar laços comerciais com o Japão e mais outros dez países, é apenas um de seis pontos em que o magnata prometeu ação executiva imediata – que não necessita aprovação do Congresso. A assinatura, segundo Trump, é "uma grande coisa para os trabalhadores americanos".

O memorando é uma mera formalidade, uma vez que o tratado ainda não está em vigor e demandava aprovação do Congresso americano. Fica em dúvida, por enquanto, se o governo Trump buscará acordos individuais com os outros países signatários – um grupo que representa cerca de 13,5% da econômica global, segundo números do Banco Mundial.

A decisão de Trump, cuja campanha aproveitou o rancor da classe trabalhadora americana que se diz marginalizada pela globalização, faz parte de uma lista de prioridades do futuro presidente para os cem primeiros dias de governo e destinada, segundo seu lema, a "colocar a América em primeiro lugar”.

A oposição ao TPP, assinado em fevereiro passado, foi uma das principais bandeiras de Trump durante a corrida para a Casa Branca, pois, de acordo com ele, o acordo prejudica a economia do país. O magnata chegou a chamar o pacto de "estupro aos interesses americanos" e "assassino de empregos",

O tratado é considerado um acordo comercial que, entre outras razões, busca resistir à expansão comercial da China, uma das nações excluídas desta iniciativa. O TPP previa um período de dois anos para ser ratificado pelos parlamentos dos países-membros, mas para entrar em vigor é necessário que os signatários representem, pelo menos, 85% do PIB das 11 nações. A retirada dos EUA desta iniciativa representa um sério tropeço para o tratado.

Considerado o maior acordo de livre-comércio do mundo, o pacto visava derrubar barreiras comerciais e estabelecer padrões comuns para os 12 países – EUA, Canadá, México, Austrália, Brunei, Chile, Japão, Cingapura, Malásia, Nova Zelândia, Peru, e Vietnã.

O TPP, que englobaria em torno de 40% da economia mundial e 800 milhões de pessoas, contribuiria para uma reformulação da indústria e influenciaria desde o preço do queijo até o custo dos tratamentos de câncer. O acordo estabelece reduções tarifárias para centenas de itens de importação, que vão desde carne de porco e bovina no Japão até caminhonetes nos EUA.

RPR/ap/rtr