Fim da era Mubarak
3 de fevereiro de 2011Os Estados Unidos, as Nações Unidas e as cinco maiores economias da União Europeia pressionam o governo egípcio para que inicie imediatamente o processo de transição política, diante dos violentos confrontos que tomaram conta do centro do Cairo.
Numa conversa telefônica na terça-feira (01/02), o presidente Barack Obama disse ao chefe de governo do Egito, Hosni Mubarak, que o processo de mudança "deve começar agora". Numa ligação ao vice-presidente Omar Suleiman nesta quinta-feira, a secretária de Estado Hillary Clinton reiterou a posição norte-americana.
"O processo deve começar agora", é o que também afirma uma nota conjunta assinada pela chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy, pelo premiê britânico, David Cameron, pelo primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, e pelo chefe de governo da Espanha, José Luís Zapatero.
Os líderes exigem ainda que o Exército proteja os manifestantes e qualificam de inaceitáveis os ataques a jornalistas. "Condenamos [a atitude de] todos que praticam a violência ou a incitam", afirma a nota, divulgada nesta quinta-feira em Berlim.
Violência inaceitável
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, declarou estar preocupado com a crescente violência no Egito e apelou para que a transição no governo ocorra imediatamente. "Violência contra manifestantes pacíficos é totalmente inaceitável", afirmou, acrescentando que os protestos refletem a insatisfação dos egípcios.
Já o Ministério do Exterior do Egito considerou inaceitável que autoridades estrangeiras exijam o início imediato da fase de transição do governo. Em discurso televisivo na noite de terça-feira, Mubarak havia descartado a renúncia imediata, anunciando apenas que não concorrerá nas eleições de setembro.
A situação continua tensa nesta quinta-feira na Praça Tahrir (Praça da Libertação, em português), no centro do Cairo, onde se enfrentam opositores e apoiadores de Mubarak. Soldados com metralhadoras se posicionaram entre os dois grupos, numa tentativa de conter a violência. Ativistas de direitos humanos e jornalistas afirmam ter sido atacados por simpatizantes do governo. Ao menos seis pessoas já morreram nos confrontos, segundo números oficiais.
AS/dpa/rtr/afp
Revisão: Roselaine Wandscheer