Redução de armas nucleares
27 de março de 2010O tratado de redução de armas nucleares acertado entre os Estados Unidos e a Rússia foi bem recebido na Europa. O ministro alemão do Exterior, Guido Westerwelle, disse que se trata de um "marco histórico para fazer avançar o desarmamento nuclear".
Ele disse esperar "um sinal forte não apenas para a conferência de revisão do Tratado sobre Não-Proliferação de Armas Nucleares, no início de maio, mas também para os esforços internacionais de desarmamento em outros setores."
O ministro do Exterior do Reino Unido, David Miliband, também qualificou o acordo como histórico e disse que ele abrirá caminho para novas reduções. " Logo que seja útil, o Reino Unido está pronto para incluir o seu arsenal num futuro processo de desarmamento multilateral."
Também os presidentes da França, Nicolas Sarkozy, e da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, destacaram a importância histórica do acerto finalizado nesta sexta-feira (26/03) pelos presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e da Rússia, Dimitri Medvedev por meio de um telefonema.
Redução de ogivas e lançadores
Os dois presidentes se comprometeram em reduzir o número de ogivas nucleares de 2.200 para 1.500 para ambos os lados, uma redução de 30% em relação ao limite estipulado pelo Tratado de Moscou em 2002, destacou comunicado da Casa Branca.
O número de lançadores – como mísseis intercontinentais e submarinos – será limitado em 800, a metade do atual.
O novo tratado será assinado no próximo dia 8 de abril em Praga, na República Tcheca, e terá validade de dez anos. Ele substituirá o Start-1, de 1991, que expirou em 5 de dezembro de 2009 e foi assinado pelos presidente George Bush, dos EUA, e Mikhail Gorbatchov, da extinta União Soviética.
Parlamentos precisam ratificar acordo
Obama disse que o acordo é o mais amplo das duas últimas décadas entre os dois países. "As armas nucleares representam os dias mais negros da Guerra Fria e a maior ameaça da nossa época", declarou.
O Kremlin também destacou a importância do documento. A porta-voz Natália Timakova disse que ele reflete o equilíbrio de interesses de ambos os lados.
Após as assinaturas dos dois presidentes, os parlamentos em Moscou e Washington ainda precisam ratificar o tratado para que ele entre em vigor.
Em 1991, quando o Start-1 foi assinado, a União Soviética tinha 10.271 ogivas nucleares e os Estados Unidos 10.563. Com o cumprimento do tratado, a Rússia ficou com 5.518 ogivas e os EUA com 5.948.
AS/dpa/rtr/lusa
Revisão: Nádia Pontes