Cáucaso
28 de agosto de 2008As irritações entre a União Européia e a Rússia tendem a aumentar em função do conflito no Cáucaso. Segundo declarações do ministro francês das Relações Exteriores, Bernard Kouchner, nesta quinta-feira (28/08), o bloco de países pensa seriamente em aplicar sanções econômicas à Rússia. Até há poucos dias, a UE não cogitava fazer uso de tais medidas.
A França, que ocupa a presidência rotativa do bloco, convocou um encontro de cúpula de urgência para a próxima segunda-feira (01/09), a ser realizado em Bruxelas.
"Fantasia doentia"
Chefes de Estado e governo dos 27 países do bloco deverão se reunir para debater como se posicionar perante o governo russo daqui para frente. Moscou reconheceu oficialmente a independência das províncias georgianas separatistas Ossétia do Sul e Abkházia, acirrando ainda mais o conflito com o Ocidente.
"Meu amigo Kouchner também falou na possibilidade de que nós brevemente poderíamos atacar a Moldávia e a Ucrânia. Isso não passa de uma fantasia doentia. O mesmo vale para a ameaça de sanções", declarou o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov.
"Conflito pode se alastrar"
O ministro alemão do Exterior, Frank-Walter Steinmeier, afirmou em entrevista ao diário Süddeutsche Zeitung que é necessário "fazer de tudo para que a crise no Cáucaso não se transforme numa crise de toda a região do Mar Negro".
Eka Tkeshelashvili, ministra georgiana das Relações Exteriores, alertou perante o Conselho Permanente da Organização para a Segurança e Cooperação Econômica (OSCE) para o fato de que desde a invasão das tropas russas não há mais georgianos na Ossétia do Sul. Tkeshelashvili alerta para o risco de que o conflito se alastre pela região. Neste caso, aponta a ministra, a Ucrânia poderia ser o próximo alvo de Moscou.
Posição dos países bálticos
Antes do encontro de cúpula dos 27 chefes de Estado e governo em Bruxelas na próxima segunda-feira, o presidente polonês Lech Kaczynski deverá se reunir com os governantes da Lituânia, Letônia e Estônia a respeito da situação. "Eles esperam que Kaczynski apresente o ponto de vista de todos os países bálticos em Bruxelas", afirmou um representante do governo em Varsóvia.