Uruguai aposta em ataque milionário para repetir 1950
5 de junho de 2014Com cerca de 3,5 milhões de habitantes, o Uruguai é o país menos populoso do Cone Sul. Mesmo assim, sua seleção é a atual campeã da Copa América e, com a quarta colocação, foi a melhor equipe do continente na última Copa do Mundo. E 74 anos depois do "Maracanazo", a Celeste volta ao Brasil buscando repetir a façanha de 1950 e conquistar o tricampeonato mundial.
Com a base semelhante à da impressionante campanha de 2010, a seleção uruguaia chega ao Brasil depois de passar sufoco nas Eliminatórias, alcançando a classificação apenas na repescagem, contra a Jordânia. Se por um lado o sistema defensivo está com muitos jogadores envelhecidos e o meio-campo carece de jogadores criativos, o ataque vive seu auge.
Muitas vezes estigmatizada como uma seleção de futebol duro e violento, a atual geração conseguiu aliar a esse estilo aguerrido a qualidade técnica de grandes atacantes. Segundo um estudo publicado pela Pluri Consultoria no começo deste ano, os atacantes Edinson Cavani (187 milhões de reais) e Luis Suárez (159 milhões) estão entre os dez jogadores mais valiosos do planeta.
Caso Suárez não se recupere a tempo de uma artroscopia no menisco do joelho direito, o treinador Óscar Tabárez tem a opção de escalar Christian Stuani, do Espanyol, ou Diego Forlán, eleito melhor jogador do último Mundial, mas que deve ser reserva no Brasil.
O problema para Tabárez é como fazer a bola chegar à frente. Teoricamente Stuani pode atuar mais recuado e centralizado, mas ele tem em sua companhia no meio-campo apenas volantes de ofício. Os mais cotados ao time titular são Arévalos Rios e Nicolás Lodeiro, ambos com passagens pelo Botafogo, e o reserva do Atlético de Madrid Cristian Rodríguez.
A defesa deve ser formada assim: Muslera no gol; Maxi Pereira na direita e Álvaro Pereira na esquerda, com o capitão – e sem clube – Diego Lugano e Diego Godín formando o miolo de zaga. Desses quatro apenas Diego Godín teve uma temporada boa, tendo inclusive marcado o gol que deu o título espanhol ao Atlético e o gol que quase foi o suficiente para a conquista da Liga dos Campeões.
No chamado "grupo da morte" ao lado da Inglaterra e Itália, a seleção uruguaia tem boas chances de passar de fase. A estreia tende a ser mais tranquila, contra a Costa Rica e, dependendo do resultado entre Itália e Inglaterra, a Celeste pode adotar a sua tática preferida: esperar, marcar forte e buscar o contra-ataque.
Pode-se dizer que a seleção uruguaia, apesar dos tropeços nos últimos meses, está em um nível semelhante aos concorrentes europeus de seu grupo. Além disso, ao todo nove dos 23 uruguaios convocados atuaram nesta temporada nos campeonatos inglês e italiano.
O Uruguai estreia na Copa no dia 14 de junho contra a Costa Rica, e, Fortaleza. Depois segue até São Paulo, onde enfrenta a Inglaterra, em 19 de junho. A última partida pelo Grupo D será no dia 24, contra os italianos, em Natal. Nas oitavas de final, a Celeste enfrentaria uma equipe do Grupo C, composto por Colômbia, Costa do Marfim, Grécia e Japão. Provavelmente o cruzamento mais fácil da fase mata a mata. O fantasma de 1950 está de volta ao Brasil, enfraquecido, é verdade, mas não há quem ouse riscá-lo da lista dos favoritos.
Os 23 convocados:
Goleiros
Fernando Muslera (Galatasaray/TUR)
Martín Silva (Vasco da Gama/BRA)
Rodrigo Muñoz (Libertad/PAR)
Defensores
Diego Lugano (sem clube)
Diego Godín (Atlético de Madrid/ESP)
José Maria Giménez (Atlético de Madrid/ESP)
Martín Cáceres (Juventus/ITA)
Maxi Pereira (Benfica/POR)
Jorge Fucile (Porto/POR)
Sebastián Coates (Liverpool/ING)
Meias
Egidio Arévalo Ríos (Tigres/MEX)
Walter Gargano (Napoli/ITA)
Diego Pérez (Bologna/ITA)
Álvaro González (Lazio/ITA)
Álvaro Pereira (São Paulo/BRA)
Cristian Rodríguez (Atlético de Madrid/ESP)
Gastón Ramírez (Southampton/ING)
Nicolás Lodeiro (Corinthians/BRA)
Atacantes
Edinson Cavani (Paris Saint-Germain/FRA)
Luis Suárez (Liverpool/ING)
Diego Forlán (Cerezo Osaka/-JAP)
Abel Hernández (Palermo/ITA)
Christian Stuani (Espanyol/ESP)