Candidatos ao município de Nampula criticam anulação da eleição
21 de novembro de 2013
Os candidatos dos vários partidos políticos e concorrentes a Presidente do Município de Nampula, no norte de Moçambique, estão desapontados com os órgãos eleitorais devido à anulação da eleição naquela localidade. A decisão da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) deve-se à omissão, nos boletins de voto, da candidata do Partido Humanitário de Moçambique (PAHUMO), Filomena Mutropa. e preparam-se agora para exigir indemnizações, devido aos gastos realizados com a campanha eleitoral.
Mário Albino, candidato proposto pela Associação Moral e Cívica na Exploração dos Recursos Naturais (ASSEMONA), diz que a omissão da candidata do PAHUMO no boletim de voto foi um ato propositado e tinha por objetivo invalidar a votação desta quarta-feira (20.11).
Indemnizações pelos gastos com a campanha
Mário Albino garante que o seu movimento vai recorrer à CNE para que seja indemnizado pelos montantes investidos durante a preparação de todo o processo. "Alguém tem de ser responsabilizado, precisamente quanto à indemnização", considera, acrescentando que "a própria CNE e o partido no poder sabem o que estão a fazer".
Por seu turno, Mahamudo Amurane, do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), considera que é uma "falta de respeito" pelos munícipes da cidade de Nampula o facto de os responsáveis pelo processo terem deixado que o mesmo tivesse lugar durante todo o dia, sabendo de antemão da exclusão da candidata do PAHUMO no boletim de voto.
O MDM e o seu candidato já convidaram os munícipes a não aceitarem o que consideram ser uma manobra muito baixa perpetrada pela CNE, deixando claro "aos moçambicanos" que a sua determinação na construção de "uma Nampula para todos jamais será afetada, mesmo com manobras no sentido de dividir os irmãos que estão totalmente comprometidos com a mudança de um Governo corrupto, arrogante e que falta ao respeito ao seu povo de forma sistemática".
Candidata omitida está "satisfeita" com a decisão
Já a candidata Filomena Mutoropa está satisfeita com a anulação desta eleição, embora admita que seja um primeiro passo. Segundo Mutoropa, há a necessidade de ser anulada a eleição dos membros da Assembleia Municipal. "Nós vamos aceitar concorrer às eleições", afirma a candidata. No entanto, "no caso da campanha" diz que poderá "ajustar as contas com a CNE", já que "o partido teve gastos na preparação da campanha eleitoral".
Munícipes ouvidos pela DW África dizem que não sabem se vão ou não participar na votação do próximo dia 1 de dezembro, por considerarem que "o erro tinha de ser detetado logo nas primeiras horas" ou, noutros casos, por não terem vontade de "voltar às urnas e continuar na fila para votar".
A CNE já reconheceu a existência de alguns erros no processamento do material, nomeadamente, a omissão do nome de Filomena Mutoropa da lista dos candidatos. Mesmo sem responsabilizar ninguém, a deliberação 67 - que anula a votação em Nampula - diz que o boletim de voto que excluiu Filomena Mutoropa é produto final da reprodução e que foi diretamente empacotado e selado no local da impressão até ao local da votação onde publicamente foi aberto, na presença dos delegados da candidatura, observadores, jornalistas e cidadãos eleitores. O erro, acrescenta a CNE, foi constatado apenas no local.