Crise em Moçambique: Natal difícil e sem frango
17 de dezembro de 2016Nos supermercados, lojas e mercearias de Inhambane, no sul de Moçambique, não se veem muitas pessoas a fazer compras para a época de Natal que se avizinha. Os residentes nesta região dizem que a crise político-militar, a inflação e a depreciação do metical irão comprometer as celebrações de muitas famílias moçambicanas este ano.
A subida dos preços dos produtos de primeira necessidade pesa cada vez mais no bolso dos cidadãos. Por isso, Robson José pede aos comerciantes para baixarem um pouco os preços, sobretudo dos produtos de primeira necessidade.
"Está muito difícil. Os produtos subiram bastante, o que sufoca mesmo o bolso do cidadão", afirma.
Armindo Amaro, chefe de família, disse à DW África que, de um modo geral, este ano será muito difícil passar a quadra festiva em família "num ambiente de paz, harmonia e calma que sempre se viveu nos outros anos".
Mas já está à procura de alternativas para substituir os tradicionais produtos no dia de Natal. "Porque acima de tudo a festa não é só comida", sublinha.
Nem frango nem vinho
Alguns estabelecimentos comerciais não têm frango nem vinho, explica Félix Jaime, gerente do maior supermercado da província de Inhambane.
A empresa que normalmente exporta frangos do Brasil para Moçambique já avisou os comerciantes que a situação está difícil por causa da depreciação do metical.
"Os fornecedores não conseguem ter frango e outro problema é o vinho tinto", conta Félix Jaime. "Na fábrica em Maputo dizem que não têm garrafas para encher. E com a subida do dólar e do rand não conseguimos importar frangos do Brasil para Moçambique".