Cuidados médicos na Alemanha para crianças de Angola
7 de novembro de 2012A relação entre a Friedensdorf Internacional e Angola começou em 1994, durante a guerra civil. De então até hoje, a organização alemã já contribuiu para a recuperação de aproximadamente 3000 crianças doentes. Elas vêm para a Alemanha onde são tratadas em vários hospitais.
Foi um pedido da embaixada alemã em Luanda e do Ministério federal dos Negócios Estrangeiros que deu o "tiro de partida" para as operações da organização alemã. Segundo Heike Bruckmann, porta-voz da associação alemã, as crianças chegam com todo o tipo de doenças:
"A maioria sofre de infeções nos ossos, problemas que exigem intervenções cirúrgicas e queimaduras. As crianças são operadas em hospitais espalhados por toda a Alemanha, e depois trazidas para a nossa instituição em Oberhausen para a reabilitação. Para fisioterapia, por exemplo".
Vítimas das minas
Outras crianças sofreram acidentes. Muitas são vítimas de minas antipessoais, cujo número em Angola é ainda elevado. Algumas sofreram acidentes há já algum tempo, mas não foram devidamente tratadas na altura.
No dia 9 de novembro as primeiras crianças do novo grupo chegam à cidade de Düsseldorf. Mas, antes disso, no dia 6 de novembro, regressaram já a Angola outras crianças curadas e recuperadas. Nesse mesmo transporte a Friedensdorf enviou ainda ajuda em equipamento médico. Estas ações são viáveis também graças ao apoio de algumas empresas. É o caso do financiamento da das crianças que agora chegam. As operações são reservadas a crianças cujas doenças não podem ser tratadas em Angola.
O sacrifício compensa
O tratamento pode levar muito tempo, diz Heike Bruckmann, realçando que tudo depende da recuperação das crianças e se são ou não necessárias operações: “Em média, ficam meio ano, mas há crianças que precisam ficar mais tempo".
A estadia é muitas vezes difícil para as crianças. Além de não falarem a língua e estarem num país estranho, falta-lhes algo muito importante: a companhia e o afeto dos pais. Mas na entrevista com a DW África, a porta-voz da Friedensdorf garante que a sua instituição apoia os menores no que seja necessário. E explica porque os pais não podem acompanhar os filhos: "Naturalmente é difícil. Mas não é possível trazer os pais, porque seria dispendioso e trabalhoso. E também não se sabe se os pais receberiam o visto de entrada para Alemanha."
O resultado final desta operação humanitária certamente ameniza os sacrifícios, tanto das crianças como das suas famílias. E também a Friedensdorf International sente os seus esforços compensados: "É sempre muito bom ver como as crianças recuperam e podem voltar satisfeitas para a casa. E cada vez que elas chegam, é um momento especial."
Autora: Nádia Issufo
Edição: Cristina Krippahl/António Rocha