Moçambique: Eleitores podem reportar anomalias por telemóvel
23 de julho de 2019A plataforma mobile, denominada OTHANLA, uma palavra em língua macua que em português significa "escolher", foi desenvolvida pelo Centro de Apoio à Informação Comunitária, um projeto baseado na Universidade Eduardo Mondlane.
A aplicação visa promover a transparência dos processos eleitorais, permitir maior circulação de informação de interesse público e em tempo real, bem como incitar ao envolvimento do cidadão no processo legislativo.
O projeto trabalha com pontos focais espalhados por todo o país, na sua maioria compostos por voluntários de 135 rádios comunitárias. Mas qualquer eleitor pode contribuir:
"O cidadão comum também pode partilhar connosco as suas experiências sobre o processo eleitoral usando a aplicação", explica Lázaro Bamo, coordenador do projeto. "As pessoas podem encontrar na aplicação informação sobre o processo eleitoral em formato de notícia, mas também em formato de legislação."
Os interessados podem descarregar aqui a aplicação para o sistema operativo android.
Lázaro Bamo informa que os conteúdos disponibilizados na plataforma são publicados em tempo real e podem ser reutilizados pelos órgãos de informação. "A nossa aplicação tem capacidade não só para áudio, mas também para foto, vídeo e texto. Esta parte multifacetada dos formatos de conteúdo acaba por ajudar muito na recolha de informação", diz o coordenador do projeto.
Controlo das informações falsas
Bamo afirma que foram acauteladas medidas para evitar a publicação de conteúdos falsos. "Queremos informação objetiva e factual, por isso toda a informação que nos é enviada passa por um processo de verificação. Também incentivamos a quem nos mande informação que junte à mesma provas que se julguem relevantes", sugere o responsável.
A plataforma mobile OTHANLA é a evolução de uma aplicação web lançada no ano passado para partilha de informação sobre o processo eleitoral durante as eleições autárquicas de Moçambique.
"Decidimos alastrar para a versão mobile, uma vez que o número de utilizadores de smarthfones está a crescer. Achámos que tínhamos que aproximar a aplicação das pessoas", concluiu Lázaro Bamo.