Guiné-Bissau quer mostrar que não tem vocação para a violência
3 de outubro de 2011Na Guiné-Bissau, esta organização não governamental está a realizar uma campanha para instituir no país o dia "Guiné Terra di Paz". A ideia é criar uma data em que se comemore o silêncio das armas e em que se esqueça o clima de instabilidade política da Guiné-Bissau.
Com o dia "Guiné Terra di Paz", a instituição organizadora pretende sobretudo sensibilizar os guineenses para a necessidade de viver em paz, como defende Fafali Koudawo: "A Guiné-Bissau teve desde há várias décadas episódios de violência, o que acaba por dar ao país um contorno de país sem paz e de cultura de guerra".
Na opinião dele, "para que a população possa mostrar que não tem vocação de guerra, é bom que ela tenha a possibilidade de manifestar a sua adesão aos valores de paz", esclarece Koudawo.
Trabalho em conjunto
Várias associações e organizações do país estão a colaborar com a ONG para fazer chegar a petição à população de todo o país. Koudawo está confiante que dentro de um ano, o número de assinantes será expressivo e capaz de comprometer as autoridades para a formalização oficial do dia da paz.
Segundo ele, ainda não se sabe quantas assinaturas foram recolhidas até ao momento, já que o processo ainda está no início. Mas com a intenção de alcançar escolas, igrejas, associações, forças de defesa e de segurança e grupos profissionais, Koudawo disse não ter dúvida de que serão recolhidas "milhares e milhares de assinaturas".
Para já, o panorama político e social da Guiné-Bissau afigura-se calmo, pelo menos aparentemente, como comenta Koudawo: "Existem turbulências políticas [na Guiné-Bissau] que não param de 'sacudir' regularmente o cenário político, estamos portanto numa situação também de expectativa, nas vésperas das eleições legislativas". Para o membro da organização, é hora de refletir sobre o futuro do país.
As eleições legislativas e autárquicas estão agendadas para o próximo ano. Até lá, vão realizar-se congressos internos dos vários partidos para se clarificarem posições e para se preparar a ida às urnas.
Autora: Glória Sousa
Edição: António Cascais / Bettina Riffel