Hamas divulga vídeo de reféns com mensagem para Netanyahu
30 de outubro de 2023O Hamas divulgou, esta segunda-feira, um vídeo com três mulheres que foram apresentadas como reféns israelitas, que estão na Faixa de Gaza desde o ataque do grupo islamista palestiniano a Israel, em 07 de outubro.
No vídeo, com 76 segundos, as três mulheres podem ser vistas sentadas em cadeiras de plástico. Dirigindo-se ao chefe do Governo israelita, uma delas grita em hebraico: "Liberte-nos agora, liberte os cidadãos deles [dos raptores], liberte os prisioneiros deles, deixem-nos voltar para as nossas famílias".
Vários meios de comunicação israelitas publicaram uma captura de ecrã deste vídeo nos seus portais, indicando que não o transmitiriam, julgando que os comentários feitos pelas mulheres foram forçados pelo Hamas.
"Propaganda psicológica"
Em reação, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse tratar-se de uma "cruel propaganda psicológica".
"Os nossos corações estão convosco e com todas as outras pessoas raptadas", disse Netanyahu em comunicado.
Já este domingo (29.10), o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, tinha acusado o Hamas de "manipulação psicológica" sobre os reféns que mantém, depois do movimento islamista ter dito que estaria pronto para os libertar em troca de todos os prisioneiros palestinianos presos em Israel.
Este é já o segundo vídeo publicado pelo Hamas através do seu canal no Telegram, depois da transmissão, há duas semanas, de uma mensagem gravada por uma jovem israelita dizendo que estava bem e pedindo para ser libertada.
De acordo com a última avaliação das autoridades israelitas, pelo menos 239 reféns raptados por comandos do Hamas a 7 de outubro estão detidos na Faixa de Gaza.
Risco de escalada na região
Em entrevista à agência francesa AFP, o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, admitiu, esta segunda-feira, que não podia excluir uma escalada no conflito, durante o qual se têm registado trocas de tiros quase diárias na fronteira israelo-libanesa.
"Receio que uma escalada abranja toda a região e que o caos da insegurança se espalhe por todo o Médio Oriente", alertou.
Desde 8 de outubro, o movimento fundamentalista Hezbollah, ligado ao Irão, tem bombardeado posições israelitas perto da fronteira entre os dois países em apoio ao Hamas, a que Israel responde, registando-se baixas dos dois lados.
Nesta mesma entrevista, Najib Mikati disse não estar em condições de dizer se o Hezbollah, com o qual mantém boas relações, deseja uma nova guerra com Israel.
"Tudo está ligado à evolução da situação na região", considerou Mikati. "Até hoje, posso ver que o Hezbollah está a agir de forma sensata e razoável", mas, ao mesmo tempo, "não posso tranquilizar os libaneses", acrescentou.