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Martin Wobken, um alemão crioulo

Braima Darame (Bissau)14 de novembro de 2013

Martin Wobken é o alemão mais guineense da capital da Guiné-Bissau. A viver há mais de 10 anos em África, o emigrante alemão decidiu fixar residência neste país, onde montou um pequeno estúdio de gravação musical.

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Martin Wobken, músico alemão que escolheu Bissau como sua casaFoto: Braima Darame

Ele canta em crioulo, língua nacional da Guiné-Bissau. Também anda de mota, promove eventos culturais e é um dos produtores musicais mais procurados do país.

Aos 48 anos, o músico Martin Wobken, nascido na cidade de Hamburgo, na Alemanha, é o único emigrante alemão que escolheu a Guiné-Bissau para ganhar o pão de cada dia na cena musical.

A ideia do alemão mais conhecido nas ruas de Bissau é produzir e relançar novas tendências musicais guineenses ao mais alto nível.

Tudo é feito no pequeno estúdio de gravação instalado na sua residência, na capital Bissau.

O alemão contou à DW África como foi parar a Bissau: "Estou a viver há cerca de 10 anos em África, mas decidi fixar residência na Guiné-Bissau, por ser um país de oportunidades de negócio. Aqui já tenho a minha casa e faço a música que é importante na sociedade guineense."

Com a alcunha de Martin Pro, desde 2010 Martin vive no bairro de Antula, nos arredores de Bissau.

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Mc Dinis, rapper guineenseFoto: Braima Darame

Promover músicos guineenses

Tem condições suficientes para gravar mais de 150 músicas de novos talentos guineenses. O músico alemão conta o que já fez na sua área: "Gravei trabalhos de muitos artistas guineenses. Eles apostam muito na minha qualidade de produzir a música moderna, principalmente as misturas que faço entre a música tradicional e as novas tendências. Nos últimos 4 anos apreendi muito."

A DW África encontrou Mc Dinis, um rapper guineense, que estava no estúdio de Martin Wobken a gravar o seu primeiro álbum. O jovem não escondeu o seu entusiasmo em poder trabalhar com o “alemão mais guineense de Bissau”: "Graças a ele já estou a gravar o meu primeiro trabalho. Ele é um super produtor, honesto e inovador. Não só grava as nossas músicas como também dá conselhos aos mais novos na carreira, é genial."

Apesar de ser um país instável, principalmente na última década, Martin ou para os guineenses Martinho, diz que a Guiné-Bissau é de longe o melhor país para se viver.

Divulgar a música local

Martin Wobken pretende agora desenvolver uma série de espetáculos nas ruas de Bissau, com a participação de mais de 50 músicos.

Esta é uma forma que o alemão encontrou para promover os trabalhos que anda a fazer em Bissau: "Decidi que vamos percorrer as ruas de Bissau para dar a conhecer aos guineenses a boa música que se faz neste país. Os músicos têm qualidade, mas andam no anonimato."

Mas ao contrário do que se possa pensar esse trabalho ligado à área da música não é lucrativo, garante Martin Wobken: "Na Guiné-Bissau, um artista não ganha nada com a venda dos CDs, os da nova geração não têm espaços radiofónicos."

Martin convida os seus compatriotas a visitarem Bissau, terra com um povo acolhedor e muito solidário: "A Guiné-Bissau é pouco conhecida na Alemanha, é um pequeno país da África Ocidental, e quando digo as pessoas que vivo na Guiné-Bissau elas perguntam onde fica o país."

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A casa de Martin Wobken na capital BissauFoto: Braima Darame

Martin Wobken é, sem dúvidas, o alemão mais conhecido de sempre na capital guineense. A fama vem justamente do seu trabalho e, por isso, é hoje considerado um produtor musical muito concorrido e sempre solicitado pelos músicos da nova geração na Guiné-Bissau.

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