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Moçambique: "Chapeiros" paralisam transporte na Beira

Lusa
11 de julho de 2022

Transportadores coletivos de passageiros paralisam a atividade na Beira, província de Sofala, centro de Moçambique, exigindo o aumento do preço de viagem. "Esperamos que alguém possa resolver esta questão", dizem.

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Chapas na cidade da Beira (Foto simbólica)Foto: DW/J. Beck

Com as viaturas de transporte coletivo encostadas nos terminais rodoviários, nas primeiras horas desta segunda-feira (11.07), a ação dos "chapeiros" provocou enchentes nas paragens, obrigando muitos trabalhadores e alunos a andar a pé até ao seu destino.

Outros passageiros recorreram a carrinhas de caixa aberta, popularmente designadas como "my love", para se poderem deslocar.

"A paralisação dos transportes serve para fazer chegar a mensagem a quem de direito. Esperamos que alguém possa resolver esta questão", afirmou Carlitos Francisco, motorista de um veículo que faz transporte público.

"O combustível subiu e os custos de manutenção dos transportes subiram. Eu também ando de transporte público", queixou-se outro condutor.

Aumento das tarifas

Os transportadores exigem que o Conselho Municipal da Beira aceite uma proposta de aumento dos preços de viagem aprovada pela Assembleia Municipal da Beira em 16 de junho.

A proposta aumenta a tarifa de transporte de 10 meticais (0,15 euros) para 15 meticais (0,23 euros) nas viagens dentro da cidade e para 25 meticais (0,23 euros) nos trajetos fora da urbe.

Crise dos transportes em Maputo aproxima estranhos

A Associação dos Transportadores da Beira (Atabe), que convocou a paralisação, referiu em comunicado que o protesto é motivado pela falta de resposta do governo municipal aos apelos para o incremento da tarifa de viagem.

A associação não apontou data para o fim do protesto.

Reajustamento automático

Na semana passada, a Federação Moçambicana das Associações dos Transportadores Rodoviários (FEMATRO) pediu ao Governo um mecanismo de reajustamento automático do preço de transporte, visando acabar com a incerteza em relação à fixação da tarifa e à viabilidade da atividade.

A proposta da Fematro surgiu na sequência de uma paralisação espontânea de transporte público movida pelos "chapeiros", furgões de transporte de passageiros, na cidade e província de Maputo, devido ao novo aumento do preço dos combustíveis.

"Estamos em negociações com o Governo e não são negociações fáceis, porque têm havido propostas e contrapropostas, principalmente em torno de uma fórmula que determine um reajustamento automático da tarifa", afirmou o presidente da FEMATRO, Castigo Nhamane, em declarações à Lusa, remetendo pormenores sobre a proposta para o fim das discussões com o executivo.

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