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Guiné-Bissau: Eleições antecipadas?

Lusa | ar
26 de junho de 2017

Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, pede unidade aos guineenses e admite, pela primeira vez, convocar eleições caso não seja encontrada solução para impasse político em que o país vive.

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Guinea-Bissau Jose Mario Vaz
Foto: Getty Images/AFP/S. Kambou

"Peço unidade em todas as religiões da nossa terra, unidade entre os titulares dos órgãos de soberania, unidade entre líderes de partidos políticos, entre todas as tribos da Guiné-Bissau", afirmou José Mário Vaz,esta segunda-feira (26.06) num discurso proferido num encontro com os líderes muçulmanos, no âmbito do final do Ramadão.

No discurso, o chefe de Estado guineense salientou a necessidade de haver união devido aos desafios que o país vai enfrentar nos próximos 90 dias, incluindo com a saída da força de interposição da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), a Ecomib, do país em outubro.

"Cada um de nós deve dar o seu melhor para conseguir defender os desafios que temos pela frente nos próximos 90 dias. Temos o desafio de mostrar que os guineenses são capazes de fazer. Não podemos ser como crianças, quando choramos dão-nos leite e quando choramos dão-nos papa. Somos um Estado soberano e temos de assumir as nossas responsabilidades", salientou o chefe de Estado.

Entendimento entre os partidos

Outro desafio, para o Presidente guineense, é alcançar um entendimento e encontrar uma solução para o Governo.

Afrika Das Parlament vom Guinea Bissau
Foto: DW/B. Darame

"Peço entendimento entre os partidos, sobretudo PAIGC, PRS e Grupo dos 15. Se não há entendimento entre eles é impossível o programa do Governo e o Orçamento Geral de Estado serem aprovados", disse, pedindo o envolvimento de todos.

O Presidente avisou, contudo, que se não houver entendimento vai devolver o "poder ao seu dono", que é o povo.

"Se não conseguirmos chegar a uma solução entre nós, eu, como Presidente da República, devolvo o poder ao seu dono e o dono do poder é o povo. Devolvo o poder ao povo da Guiné-Bissau para escolher quem devem escolher", disse.

"Estamos aqui porque nos escolheram e se há problemas temos de devolver o poder ao povo para que decida sobre ele, porque não podemos continuar com a situação que temos na nossa terra", acrescentou.

Há dinheiro para eleições antecipadasNa declaração, o Presidente esclareceu também que há dinheiro para convocar eleições antecipadas.

Präsidentschaftswahl in Bissau Wähler
Foto de arquivo: Eleição presidencial na Guiné-Bissau (2014)Foto: DW/M. Pessoa

"Há já uma coisa que vos quero garantir. O facto de não irmos a eleições por não haver dinheiro tem de acabar na Guiné-Bissau. A Guiné-Bissau é um país soberano", disse. 

 Assumindo que tem dinheiro para financiar eleições, o Presidente afirmou que se os guineenses quiserem hoje eleições que chama a Comissão Nacional de Eleições, "porque há dinheiro para ir a eleições".

José Mário Vaz garantiu também estar determinado a ajudar o país e o povo, mas que o único caminho para a Guiné-Bissau ser respeitada e ganhar a sua soberania é com trabalho, pedindo às pessoas para se empenharem mais nos setores agrícolas e da pesca.

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