Professores angolanos em greve a partir de segunda-feira
6 de abril de 2018O aviso foi transmitido esta sexta-feira (06.04), em conferência de imprensa, pelo presidente do SINPROF, Guilherme Silva, que lembrou que o caderno reivindicativo, que dá origem à terceira fase da greve nacional, está no Ministério da Educação desde 2013.
"De lá para cá, nada foi feito para se dar solução às reclamações dos professores", lembrou o sindicalista. Por isso, "volvidos cinco anos, os professores não encontraram outra forma senão recorrer a um dispositivo constitucional", acrescentou.
Guilherme Silva referiu que os professores pretendem com esta greve demonstrar a sua "insatisfação" pela não aprovação do novo Estatuto da Carreira Docente, bem como rejeitar a estratégia do Ministério da Educação, de priorizar o concurso público de admissão de novos professores em detrimento da atualização de categoria dos professores em serviço.
Na sua intervenção, o diretor do SINPROF pediu aos professores que "não se deixem enganar" pelos apelos feitos por outros sindicatos, que já se demarcaram desta greve, por considerarem que "há da parte do Governo boa vontade na resolução dos problemas da classe".
Para o presidente do SINPROF, "estes dois sindicatos querem continuar a ver os professores mendigando, entregues à miséria e morrendo de fome".
Falta de vontade política
O sindicalista disse que os professores vão avançar para a greve porque entendem que "não há vontade política e sensibilidade da parte do Executivo em solucionar os problemas dos professores que se arrastam há muitos anos".
"Não se compreende, como é que desde a tomada de posse da senhora ministra da Educação nunca manteve um encontro de trabalho com um parceiro social tão importante, como é o SINPROF, pois sob sua mesa já encontrou questões de resolução imediata, tais como: a transição de milhares de professores do regime probatório para o quadro definitivo e a aprovação do estatuto da carreira docente", salientou Guilherme Silva.
"Com esta greve estaremos fora das salas de aulas, mas não distantes dos nossos alunos, pois a estes precisamos de ensinar a lutar com todos os meios legais pelos seus direitos, precisamos orientá-los a nunca se calarem diante das injustiças", frisou.