RENAMO não aceita adiamento de eleições distritais
8 de junho de 2022"A realização das eleições distritais de 2024 deriva do cumprimento do comando constitucional que foi alcançado depois de um longo e sinuoso diálogo político entre a RENAMO e o Governo da República de Moçambique", disse Saimone Macuiana, presidente do conselho jurisdicional nacional do principal partido da oposição.
Macuiana reagia ao apelo que o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, lançou no último dia 28 para "uma reflexão" sobre a viabilidade de realização das eleições distritais em 2024.
Hoje, na conferência de imprensa, o presidente do conselho jurisdicional da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) enfatizou que adiar as eleições seria uma violação da Constituição da República, porque o mesmo está previsto na lei fundamental do país, na sequência dos entendimentos alcançados entre o executivo e o partido.
"Não seria bom e nem ético, numa altura em que o processo de assuntos militares está a decorrer sem muitos sobressaltos, recuar em relação ao processo de descentralização", realçou Saimone Macuiana.
Sobre "assuntos militares", o responsável referia-se ao processo em curso do Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) do braço armado da RENAMO.
RENAMO pede "cumprimento rigoroso dos acordos"
Aquele político avançou que o principal partido da oposição não está disponível para um diálogo ou negociações sobre uma alteração da Constituição da República que viabilize o adiamento das eleições distritais.
"A RENAMO apela ao Governo da República de Moçambique para que tudo seja feito para o cumprimento rigoroso dos acordos, tanto na letra, como no espírito", frisou Saimone Macuiana.
O responsável exortou a sociedade civil moçambicana, confissões religiosas e a comunidade internacional a trabalharem no sentido de assegurar que o país consolide a paz e reconciliação nacional, apoiando a realização de eleições distritais.
O chefe de Estado moçambicano lançou o desafio sobre a viabilidade das eleições distritais em 2024, falando no encerramento da reunião do Comité Central da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), partido no poder e do qual Filipe Nyusi é presidente.
O escrutínio será o primeiro na história do país e é parte do processo de descentralização acordado entre o Governo da FRELIMO e a RENAMO.