Rádio Capital atacada por homens armados em Bissau
7 de fevereiro de 2022Um grupo de homens armados, todos com cara tapada, forçou a entrada no interior da Rádio Capital, em Bissau, na manhã desta segunda-feira (07.02) disparando vários tiros contra os equipamentos, segundos relatos dos funcionários.
A estação privada ficou completamente danificada e há cinco feridos confirmados. Os populares relatam pânico vivido no bairro militar onde ficam as instalações da rádio na capital guineense.
O diretor da rádio, Lassana Cassamá, que se encontra em Lisboa, está a tentar obter mais informações a partir de Bissau. "Destruíram a rádio de novo", disse, referindo que este é o segundo ataque às instalações daquele meio de comunicação social depois de um outro, a 26 de julho de 2020, quando foi destruído praticamente todo o material.
Entretanto, a segurança foi reforçada no Palácio do Governo, palco de um ataque a 1 de fevereiro, descrito pelas autoridades como uma tentativa de golpe de Estado. O local foi novamente cercado pelas autoridades, esta segunda-feira.
"Ato isolado"
O Ministério do Interior da Guiné-Bissau garantiu à DW África que o ataque de homens armados perpetrado contra a Rádio Capital é "um ato isolado e não tem ligações" com o ataque à sede do Governo.
"As pessoas invadiram a Rádio Capital, fizeram alguns disparos, com danos materiais e fugiram. Neste momento estamos a investigar a situação juntamente com a Polícia Judiciária", disse o porta-voz do Ministério, Salvador Soares.
Questionado se o ato teria a ver com o ataque ao Palácio do Governo, Salvador Soares assegurou que não. "Se tivesse qualquer ligação com o que aconteceu no dia 1, talvez a situação seria outra. Eles apenas invadiram e depois foram embora. Não há vítimas mortais".
A polícia guineense diz que ainda não sabe quem são os autores. A Rádio Capital tem emitido reportagens bastante críticas ao atual Governo.
À DW África, as forças de segurança negam ter evacuado o Palácio do Governo, ao contrário do que foi reportado inicialmente. "As pessoas estavam com medo e fugiram do local do trabalho. Temos forças especiais, uma força mista, a assegurar o recinto. Neste momento, a situação está calma em Bissau e cada um retoma a sua vida normal", afirmou Salvador Soares.
Artigo atualizado às 16:25 (CET) de 7 de fevereiro de 2022.