Zimbabué anuncia petróleo leve e gás natural em Cahora Bassa
4 de março de 2024"Os resultados recentemente obtidos das análises laboratoriais efetuadas coincidem, de facto, com a presença não só de gás natural, mas também de condensados petrolíferos leves, bem como de hélio e hidrogénio nos depósitos de Mukuyu", disse esta segunda-feira (04.03) Soda Zhemu, ministro das Minas, durante a conferência de imprensa, que decorreu em Harare, capital do país.
Os resultados", explicou, "são que o gás natural é de alta qualidade, com impurezas mínimas e sem sulfureto de hidrogénio nas amostras, que é um componente indesejável do petróleo e do gás".
O ministro especificou que "o petróleo descoberto pertence à classificação dos petróleos leves". É nesta classificação que se produz o gasóleo, a gasolina e o Jet A1 (combustível para a aviação comercial).
O país africano tem cerca de 360.000 hectares na bacia de Cahora Bassa, que se estende a norte por território moçambicano, para exploração de petróleo e gás.
Exploração na região
A Invictus Energy, sediada na Austrália, é uma das empresas envolvidas na exploração a partir de 2021, com base nos dados deixados pelo gigante petrolífero norte-americano Mobil antes de abandonar o país na década de 1990.
"Melhorámos e validámos esses dados através da realização de levantamentos sísmicos em 2021, que geraram uma série de potenciais alvos de perfuração de petróleo e gás", disse à agência de notícias EFE Paul Chimbodza, diretor-geral da One Gas Resources (parceiro local da empresa australiana) e porta-voz da Invictius no Zimbabué.
"Também planeamos comercializar o gás dos poços perfurados como uma prova de conceito de desenvolvimento e realizaremos mais levantamentos sísmicos para delinear novos alvos de perfuração na nossa área de licença de 360.000 hectares", acrescentou Chimbodza.
Expetativas do Governo
O Governo do Zimbabué espera que a descoberta, se puder ser explorada, ajude a reduzir a necessidade de energia importada.
Há anos que o Zimbabué sofre de escassez de energia, uma vez que o país depende fortemente de equipamentos térmicos e hidroelétricos que não conseguem satisfazer as necessidades domésticas.
Há cerca de vinte anos que o Zimbabué é assolado por uma profunda crise económica, com desemprego endémico e frequentes cortes de energia.