Alemanha freia tendência de cada vez menos bebês
27 de julho de 2017Depois de décadas de crescimento, a taxa de mulheres que optam por não ter filhos na Alemanha se estabilizou nos últimos anos. Um estudo do Departamento Federal de Estatísticas do país (Destatis), divulgado nesta quarta-feira (26/07), mostrou que o número vem permanecendo constante em 21%.
Entre as mulheres nascidas em 1937, apenas 11% não tiveram filhos. A taxa foi caindo até chegar a cerca de um quinto entre as mulheres nascidas em 1967 e, a partir de então, se estabilizou.
"A sociedade se tornou mais simpática a crianças. E isso parece ter tido um efeito", analisou o vice-presidente do Departamento Federal de Estatísticas da Alemanha, Georg Thiel.
O estudo mostrou ainda um aumento da taxa de mulheres com filhos entre aquelas com curso superior. Em 2016, cerca de 25% das mulheres desse grupo com idades entre 40 e 44 anos não tinham filhos, o que representa uma queda de 3 pontos percentuais em relação à pesquisa divulgada em 2012.
A pesquisa revelou também um aumento no número de filhos por mulher. Em 2016, a taxa ficou em 1,5, alcançando o nível registrado pela última vez em 1982.
Envelhecimento populacional
A estabilização da taxa de mulheres sem filho não se deve apenas ao fluxo de imigrantes dos últimos anos, afirma Olga Pötzsch, porta-voz do Destatis. Também entre mulheres nascidas na Alemanha, a tendência foi constadada.
Como um dos fatores para essa estabilização, o estudo aponta políticas públicas que aumentaram o número de vagas em creches, o que facilitou a conciliação entre maternidade e trabalho. O desenvolvimento da economia do país e a queda no desemprego também contribuíram para essa tendência.
Apesar dos números, o processo de envelhecimento demográfico do país não se estabilizou. A Alemanha, ao lado da Itália, Finlândia e Suíça, continua estando entre os países europeus com maior número de mulheres sem filhos.
Thiel destaca que é difícil fazer um prognóstico sobre o envelhecimento demográfico, pois os números atuais são frágeis e a tendência de mulheres sem filhos pode voltar. Além disso, a expectativa de vida alta no país contribui para o envelhecimento da população.
A pesquisa revelou também um recuo da família como modelo dominante. No ano passado, cerca metade da população (48%) vivia em família. Em 2008, esse número era de 51% e, em 1996, era de 57%.
CN/dpa/rtr/ots