Argentina derruba México e enfrenta o Brasil na final
26 de junho de 2005A final da Copa das Confederações, na quarta-feira (29/06), em Frankfurt, oferecerá aos torcedores o duelo mais esperado desde o começo da competição: Brasil x Argentina.
Os argentinos venceram o México nos pênaltis neste domingo (26/6), em Hannover, na segunda semifinal do torneio, um dia depois de os brasileiros derrubarem a Alemanha por 3 a 2, em Nurembergue.
A vitória sul-americana sobre os mexicanos veio de maneira dramática. O time que mais surpreendeu a torcida, a opinião pública e os próprios rivais impôs uma série de dificuldades a um dos favoritos ao título.
O México abriu o placar apenas na prorrogação após um empate sem gols no tempo normal. Bobeou na defesa, permitiu o empate argentino e caiu nos pênaltis. Lux defendeu a cobrança de Osorio e Cambiasso converteu o último tiro para fazer 6 x 5.
Com a vitória, os argentinos se mantêm como uma das maiores potências do futebol mundial. Não perdem uma semifinal em torneios oficiais da Fifa há 19 anos. E na última partida contra o Brasil, venceram por 3 a 1 em Buenos Aires, pelas Elimiantórias para a Copa de 2006.
O jogo
A partida começou lenta na ensolarada e quente tarde de Hannover. Tanto o México, quanto a Argentina demoraram para engrenar e utilizaram os primeiros minutos para estudarem um ao outro.
A primeira oportunidade de gol, no entanto, surgiu antes dos 10min. Saviola recebeu assistência de Riquelme dentro da área, cruzou para Figueroa, mas o centroavante chegou atrasado no lance.
Aos 14min, o meia do Villarreal e principal destaque argentino, sem alternativas, arriscou chute forte da intermediária e exigiu boa defesa do goleiro Sanchez. Riquelme mais uma vez, agora aos 21min, tentou cobrança de falta próxima à área, mas mandou a bola na barreira.
Apesar das chances criadas, o time argentino encontrava muitas dificuldades para passar pela defesa adversária. Aos 23min, o México chegou à meta portenha pela primeira vez com Zinha. O meia recebeu a bola na intermediária e, sem marcação, chutou cruzado obrigando Lux a se esticar para afastar para escanteio.
Foi a partir daí que os mexicanos cresceram em campo. Aos 30min, a defesa aproveitou erro de Saviola e puxou um bom contra-ataque que terminou na conclusão para fora de Borgetti.
Antes do final do primeiro tempo, Saviola ainda criou mais uma chance para a Argentina. Se enrolou na área com a defesa mexicana e a bola sobrou limpa para Sorin encobrir o goleiro, mas Pineda afastou debaixo do travessão.
A etapa complementar começou mais quente. Logo no primeiro minuto, Santana, de costas, deu assistência perfeita para Saviola perder mais uma chance de gol dentro da área. Aos 3min, Heinze cruzou na cabeça de Figueroa, mas o atacante mandou a bola para fora.
Aos 9min, bem próximo à área, Zinha carregou a bola da direita para a esquerda, tirou a defesa argentina da jogada, e acertou um chute na trave direita de Lux.
O lance esquentou a partida em Hannover, e a Argentina tratou logo de responder. Aos 14min, Riquelme cobrou escanteio na cabeça de Coloccini, que só não comemorou gol porque o goleiro Sanchez fez boa defesa.
Aos 25min, o violento zagueiro Coloccini esqueceu o futebol e, ao perder uma bola para o ataque mexicano, foi de encontro a Morales com os punhos fechados. Acertou um soco no rosto do adversário, que saiu do gramado sangrando, e foi punido apenas com o cartão amarelo.
Depois disso, os argentinos dificilmente criaram oportunidades de gol. Mesmo com Aimar em campo, o rápido meia do Valencia, da Espanha. Os vacilos da Argentina deram muito espaço ao México, que chegava fácil à área adversária, mas sempre errava nas conclusões.
Prorrogação e pênaltis
Com a permanência do empate, a partida foi para a prorrogação. E continuou sem emoções. Aos 2min, Zanetti arriscou chute de fora da área, mas a bola ficou fácil para a defesa de Sanchez.
O México tentava ser mais agressivo, mas igualmente não levava perigo ao gol de Lux. Os toques de lado e a falta de iniciativa marcaram quase todos os 15min desta primeira etaapa de tempo extra.
Aos 13min, porém, Salcido recebeu a bola na ala esquerda, na altura do meio-campo, invadiu a área driblando dois zagueiros argentinos e, na saída de Lux, chutou para abrir o marcador: 1 a 0.
No segundo tempo, desesperada, a Argentina partiu para o ataque e conseguiu empatar aos 4min. Figueroa, artilheiro do torneio, pegou um rebote dentro da área, dominou a bola de calcanhar e tocou por entre as pernas de Sanchez: 1 a 1.
Com o novo empate, a decisão acabou nos pênaltis. Perez, Pardo, Borgetti, Salcido e Pineda marcaram para os mexicanos. Riquelme, Rodriguez, Aimar, Galletti, Sorin e Cambiasso fizeram para os argentinos, que contaram com a defesa de Lux no pênalti de Osorio para venceram por 6 a 5.
MÉXICO 1 (5) x (6) 1 ARGENTINA
México
Sanchez; Mario Mendez, Osorio e Rafa Marquez; Zinha (Torrado), Pardo, Pineda, Ramon Morales (Medina) e Carlos Salcido; Borgetti e Lozano (Perez)
Técnico: Ricardo Lavolpe
Argentina
Lux; Zanetti, Coloccini, Gabriel Milito (Rodriguez) e Heinze; Mario Santana (Aimar), Cambiasso, Riquelme e Sorin; Saviola e Figueroa (Galletti)
Técnico: José Pekerman
Data: 26/6/2005 (Domingo)
Local: Sachsenstadion, em Hannover
Árbitro: Roberto Rosetti (Itália)
Cartões amarelos: Marquez, Pineda, Medina, Salcido (M); Milito, Coloccini (A)
Cartões vermelhos: Marquez (M); Saviola (A)
Gols: Salcido (M), aos 13min do 1º T da prorrogação; Figueroa (A), aos 4min do 2º T da prorrogação. Pênaltis: Perez, Pardo, Borgetti, Salcido e Pineda (M); Riquelme, Rodriguez, Aimar, Galletti, Sorin e Cambiasso (A)