União Européia
19 de dezembro de 2006Equiparar as condições de vida em toda a União Européia continua sendo um sonho. O poder de compra dos habitantes dos 25% países-membros oscila entre 48% e 251% da média do bloco. É o que mostram os dados mais recentes do Departamento de Estatísticas da União Européia (Eurostat), divulgados nesta segunda-feira (18/12).
Segundo o Eurostat, o fosso entre os países mais ricos e os mais pobres do bloco aumentou em 2005. E, com o ingresso da Romênia e Bulgária na UE em 1º de janeiro próximo, este desnível tende até a aumentar temporariamente.
No ano passado, Luxemburgo era o país mais rico da UE, com um Produto Interno Bruto (PIB) per capita 251% superior à média do bloco. Este impressionante desempenho econômico é atribuído, em parte, ao grande número de estrangeiros que cruzam as fronteiras para trabalhar em instituições da UE em Luxemburgo, mas não integram a população do país.
Logo atrás de Luxemburgo aparece a Irlanda, que já foi um dos países mais pobres da Europa, com um PIB per capita 40% acima da média européia, à frente inclusive da Holanda, Áustria, Dinamarca, Bélgica e do Reino Unido, que têm renda per capita aproximadamente 20% superior à média da UE.
Alemanha: 10% acima da média
O PIB per capita da Alemanha, França e Finlândia situa-se 10% acima da média. A Itália e a Espanha atingem exatamente a média européia.
Entre os países que se encontram abaixo da média estão também "antigos" membros do bloco, como a Grécia e Portugal, respectivamente com poder de compra de 20% e 30% inferior ao padrão médio da UE.
Em termos de evolução, nos últimos três anos, Portugal foi um dos quatro países em que o nível de vida mais se deteriorou. Apenas na Itália a queda foi maior, seguindo-se Malta e Alemanha. No nível de Portugal encontram-se ainda Malta e a República Tcheca
"Pobres" do Leste Europeu
A Hungria, a Estônia e a Eslováquia têm um PIB per capita 40% abaixo da média da UE. O menor poder de compra foi registrado pelo Eurostat na Eslováquia, Lituânia, Polônia e Letônia, países que ingressaram no bloco em 2004. Estas nações atingem apenas cerca de 50% do PIB per capita médio da UE – na Lituânia fica abaixo da metade.
Com o ingresso da Romênia e Bulgária em 1º de janeiro de 2007, a UE não se tornará mais rica, pelo menos a curto prazo, prevêm os peritos do Eurostat. O PIB per capita nestes dois países é em torno de 70% inferior à média européia.