Balanço positivo da Copa das Confederações
29 de junho de 2005Um bom futebol, uma boa atmosfera e uma organização quase impecável: para o presidente da Fifa, Joseph Blatter, e o presidente do Comitê Organizador do Mundial (CO), Franz Beckenbauer, a Copa das Confederações pode ser considerada um grande sucesso. "Se analisarmos de modo geral, tudo foi positivo", frisou Blatter durante coletiva sobre o evento, realizada em Frankfurt.
Desde o começo, a Copa das Confederações foi classificada como uma prévia de como será o Mundial de 2006 em solo alemão. Com isso, a responsabilidade foi ainda maior. Beckenbauer aproveitou a ocasião para agradecer a todos os colaboradores, que realizaram "um excelente trabalho".
O presidente do CO também teceu elogios aos fãs do futebol. "Quase sempre o clima era de festa. Se alcançarmos este mesmo patamar no próximo ano, podemos nos dar por satisfeitos."
Para ele, a Alemanha conseguiu apresentar um nível de organização e infra-estrutura nesta competição que deve se repetir na Copa. "Este torneio teve o formato certo e o ritmo adequado. A atmosfera nos estádios era semelhante a de jogos do Mundial", afirmou.
Brilho ofuscado
Apesar dos elogios e do balanço positivo, dois aspectos impediram que o brilho da Copa das Confederações fosse ainda maior: os casos de doping e a invasão de torcedores em campo.
Em apenas quatorze jogos, quatro fãs conseguiram furar a segurança e invadir o campo, interrompendo a partida. Na semifinal Brasil x Alemanha, por exemplo, um espanhol de 27 anos paralisou o jogo ao entrar correndo pelo gramado, tocar em seu ídolo, Ronaldinho, e voltar a correr eufórico até ser pego pelos seguranças.
"Isto é chato e irritante. O CO tem a obrigação de acabar com isso", reclamou o técnico alemão Jürgen Klinsmann. Beckenbauer reconhece que este é um problema que ainda precisa ser resolvido. "O que mais me incomoda é que estes malucos conseguem atrapalhar a festa". Ele adiantou que medidas serão tomadas, sem entrar em maiores detalhes.
As invasões em campo também preocupam o ministro do Interior, Otto Schily. "Isso não pode se repetir na Copa." Ele explicou que da mesma forma como estes quatro invasores foram inofensivos, poderiam ser também mal-intencionados, causando conseqüências sérias.
Medidas preventivas
Os dois casos de doping envolvendo os jogadores mexicanos Salvador Carmona e Aaron Galindo não passaram despercebidos. Blatter informou que aguarda uma sanção da Federação Mexicana de Futebol antes de a Fifa se pronunciar a respeito.
Com base neste incidente, a Fifa pretende incrementar as medidas preventivas antidoping. Uma idéia cogitada seria exigir que cada jogador apresente um teste feito pela entidade que comanda o futebol de seu país antes da Copa.
Ainda em relação à saúde dos atletas, os organizadores pretendem submeter os jogadores a um exame cardiológico. O objetivo é evitar uma tragédia semelhante à ocorrida há dois anos, na semifinal da Copa das Confederações, quando o craque Marc-Vivien Foé, da República dos Camarões, teve morte súbita em campo, vítima de uma ataque cardíaco.
Espetáculo inesquecível
A meta da Alemanha é oferecer aos fãs do futebol um espetáculo inesquecível em 2006. Esta Minicopa indicou que o Comitê Organizador está no caminho certo para alcançar este objetivo.
Mas não basta apenas que tudo corresponda às expectativas se os jogos não forem atraentes. Neste sentido, Beckenbauer ressaltou que a Copa das Confederações ofereceu um bom show de bola. "Acompanhamos ótimos jogos e temos que reconhecer que as duas melhores seleções chegaram à final." Apesar de a Alemanha disputar apenas o terceiro lugar, não desmereceu a equipe. "A seleção alemã contribuiu em muito para o sucesso deste torneio", resumiu Beckenbauer.