Atentados fracassados
1 de julho de 2007Após as tentativas de atentados em Londres e em Glasgow, o governo britânico prepara-se para uma longa luta contra o terrorismo. "Estamos diante de uma ameaça de longo prazo, que não desaparecerá nas próximas semanas ou nos próximos meses", disse o primeiro-ministro Gordon Brown, neste domingo (1º/07).
Segundo Brown, o Reino Unido se confronta com criminosos que têm ligações com a rede terrorista Al Qaeda. Segundo ele, com as bombas encontradas em Londres e o carro em chamas que invadiu o aeroporto de Glasgow, os terroristas queriam matar o maior número possível de pessoas e causar o máximo de destruição.
"Precisamos lutar contra isso de diversas maneiras: militarmente, através de medidas de segurança, com a polícia e o serviço secreto, mas também travando uma luta pelas mentes e pelos corações", disse Brown, no cargo de primeiro-ministro desde a última quarta-feira (27/06).
Ele ressaltou que apenas uma parcela mínima dos muçulmanos é extremista. "A população britânica não deve ceder. Não nos curvaremos, não nos deixaremos intimidar e não permitiremos que alguém mine o modo de vida britânico", afirmou Brown, em entrevista à BBC.
Desde sábado, o Reino Unido se encontra em estado de alerta máximo. As autoridades de segurança temem um iminente ataque terrorista. A unidade de emergência do governo (Cobra) voltou a se reunir neste domingo para avaliar a situação.
O assessor de Brown e ex-chefe da Scotland Yard, Lord Stevens, escreveu no jornal News of the World, que as tentativas de atentados mostram que aumentou a influência dos terroristas islâmicos e da Al Qaeda.
A polícia britânica realizou neste domingo buscas nos arredores do aeroporto de Glasgow, na Escócia. Durante a noite, ela havia detido mais dois suspeitos numa auto-estrada no noroeste da Inglaterra. Existe uma ligação entre o atentado de Glasgow e os carros-bomba encontrados em Londres, informou a polícia.
Polícia sob pressão
Ao todo, foram presos cinco suspeitos de envolvimento nos recentes atentados, entre eles os dois ocupantes do carro em chamas que invadiu o aeroporto de Glasgow no sábado. O aeroporto, que havia sido interditado, voltou a funcionar parcialmente neste domingo, mas muitos vôos saíram com atraso. Houve atrasos também nos aeroportos de Heathrow, Gatwick e Stansted em Londres, bem como nas estações de trem, onde a segurança igualmente foi reforçada.
O aeroporto John Lennon em Liverpool, que havia sido fechado no sábado à noite, foi reaberto neste domingo. Em Liverpool, a polícia prendeu neste domingo o quinto suspeito de envolvimento na nova série atentados fracassados.
A última vez em que as autoridades britânicas haviam decretado o alerta máximo foi em agosto de 2006, após a descoberta de planos de ataques a vários vôos transcontinentais com partida do aeroporto de Heathrow. Um ano antes, em 5 de julho de 2005, haviam ocorrido os atentados de Londres, que deixaram um saldo de 52 mortos e 700 feridos.
Neste fim de semana, uma série de grandes eventos na cidade aumentou a preocupação da polícia. Depois de uma passeata de milhares de homossexuais no sábado, cerca de 70 mil pessoas compareceram ao estado de Wembley neste domingo para um concerto pelos dez anos da morte da princesa Diana. Mais de 400 policiais foram mobilizados para garantir a segurança do evento. (wga/gh)