EUA querem fortalecer relações com a Europa
8 de fevereiro de 2005A secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, conclamou as lideranças européias, nesta terça-feira (08/02), em Paris, a abrirem um novo capítulo nas relações transatlânticas. Ela disse que “os princípios comuns dos EUA e da Europa já demonstraram no passado que é possível acabar com a tirania e fomentar a liberdade e a democracia”.
Em seu discurso no Instituto de Estudos Políticos de Paris (IEP), encarado como uma espécie de programa das relações externas dos EUA com a União Européia, Rice disse que o presidente George W. Bush está decidido a fortalecer as relações entre os Estados Unidos e a Europa. “Nosso maior trabalho ainda temos pela frente”, declarou.
Na opinião da secretária de Estado, “os países que estão no lado certo – o da liberdade – têm a obrigação ajudar outras nações em sua caminhada para a liberdade. Os EUA e a Europa devem avaliar como podem usar o poder de sua parceria para levar adiante as idéias comuns”.
Antes do início da guerra no Iraque, o secretário da Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, havia classificado os adversários da intervenção militar de representantes da “velha Europa”. Em tom conciliador, Rice citou a queda do Muro de Berlim e os processos de paz nos Bálcãs e no Afeganistão como exemplos bem-sucedidos da cooperação transatlântica.
Irã e Iraque
Em Paris, Condoleezza Rice ainda encontrou-se com o presidente francês, Jacques Chirac, e o ministro das Relações Exteriores, Michel Barnier, para tratar principalmente da reaproximação entre EUA e França nas questões do Iraque e Irã. Ela elogiou os esforços empreendidos pela França, Alemanha e Inglaterra para fazer com que o Irã renuncie ao seu programa nuclear.
Também Rumsfeld parece buscar a reconciliação com os europeus. Em encontro informal dos ministros da Defesa da Otan, nesta quarta-feira (09/02), em Nice, na França, ele pretende pedir um engajamento mais forte dos países-membros da organização na formação das forças de segurança do Iraque. Cinco países, entre eles a Alemanha, estariam rejeitando uma participação nessa tarefa, o que já provocou tensões na aliança.
Franceses e alemães rejeitam política de Bush
Apesar das boas intenções manifestadas por Washington em relação à Europa, principalmente os alemães e franceses permanecem extremamente críticos em relação à política externa de George W. Bush.
Segundo pesquisa de opinião realizada pela fundação norte-americana German Marshall, 52% dos alemães e 62% dos franceses rejeitam a política externa do presidente dos EUA. Apenas 3% dos mil entrevistados na Alemanha e 4% dos consultados na França a aprovam totalmente. Em todo o caso, 34% dos entrevistados nos dois países consideram possível uma melhora das relações transatlânticas no segundo mandato de Bush.