Feiras alemãs expandem-se pelo mundo
18 de novembro de 2002O país sustenta de longe a posição de liderança como pólo promotor de feiras internacionais de negócios. Em 2002, a Alemanha está sediando 144 exposições internacionais, com a previsão de somar 167 mil expositores e 9,3 milhões de visitantes de todo o mundo.
Com este status mais que consolidado, as sociedades promotoras de feiras alemãs vêm ampliando seus tentáculos ao redor do mundo. Este ano, 20% de seu faturamento – previsto para 2,5 bilhões de euros – virá do exterior. A presença no estrangeiro se faz mais presente na Ásia, onde os alemães organizam ou são parceiros na organização de 71 feiras.
Onde?
– A Europa (excluindo a Alemanha, claro) é palco de outras 37, enquanto os investimentos na América Latina resultam em apenas oito. Os realizadores alemães estão envolvidos ainda em cinco exposições nos EUA e Canadá, duas na África e uma na Austrália. Ao todo, são 124 feiras alemãs fora da Alemanha, ou seja, 40% mais do que há dois anos."O rápido crescimento do engajamento dos organizadores alemães no exterior é uma tendência dos últimos anos. E ela prosseguirá", avalia Hermann Kresse, diretor-executivo da Comissão de Exposições e Feiras (Auma) do empresariado alemão.
Por que?
– Três motivos levam as empresas alemãs do setor a investir em eventos em outros países. Primeiro: lucrar com taxas de crescimento econômico maiores do que na Alemanha. Segundo: divulgar sua competência mundial em determinados ramos da economia. Terceiro: atrair expositores e visitantes para as feiras realizadas na própria Alemanha.As principais formas de conquistar espaço no mercado mundial são igualmente três. Uma delas é promover versões regionais de feiras bem sucedidas na Alemanha. Exemplo: a Cebit Asia em Xangai, descendente da maior feira de informática e telecomunicações do mundo, em Hanôver.
No Brasil
– Outra é a realização de feiras próprias, tal como a Quimtec – Feira Internacional de Produtos, Processos e Equipamentos para a Indústria Química, promovida pela Köln Messe em São Paulo.A opção mais comum, porém, é a formação de joint-ventures em associação com outras empresas promotoras de feiras no país em questão ou com entidades setoriais. No Brasil, há vários exemplos. A Deutsche Messe AG Hannover Fairs do Brasil promoveu no ano passado a Sweet Brazil (feira de doces) em São Paulo e a Feindal (Feira Internacional de Integração Industrial) em Fortaleza. Já a Guazzelli Feiras Messe Frankfurt organizou oito eventos, entre elas a Techtextil South America, a Comdex (informática) e a Fenavem (Feira Internacional de Móveis), todas em São Paulo.
Contrapeso
– Na Alemanha, as empresas do setor não escapam da má conjuntura econômica nacional. As feiras internacionais do país atraíram, em média, este ano, 2% menos expositores, principalmente alemães. A análise das reservas de estandes para 2003 deixa a Comissão de Exposições e Feiras otimista de que a redução não continuará. Especialmente do exterior há aumento no interesse em apresentar produtos e serviços na Alemanha."É a recompensa pelos promotores alemães terem investido tanto em marketing no estrangeiro nos últimos anos e montado há décadas uma rede de representações no exterior, antes da concorrência de outros países. Os realizadores alemães tornaram-se assim menos dependentes da conjuntura interna. De qualquer forma, quase 40% das áreas de exposição nas feiras alemãs estão alugadas a estrangeiros. Em quantidade, eles correspondem a 49% de todos os expositores, de modo que o ramo de feiras é o mais internacional da área de comunicação da Alemanha", analisa Kresse.
A presença dos expositores alemães no exterior também é significativa. Uma pesquisa realizada com os participantes de exposições na Alemanha revela que 33% das empresas alemãs participam de feiras em outros países europeus e 19% apresentam seus produtos e serviços em exposições de negócios em outros continentes.