O difícil caminho das reformas
26 de maio de 2003Neste final de semana, a poderosa Confederação dos Sindicatos Alemães (DGB) prosseguiu sua campanha de protesto contra o plano do governo Agenda 2010, reunindo 90 mil manifestantes em 14 cidades da Alemanha. No dia 1º de maio, a DGB havia mobilizado um milhão de manifestantes.
A Agenda 2010 é um documento da "acomodação e falta de coragem", afirmou Klaus Zwickel, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos (IG-Metall). Frank Bsirske, presidente do sindicato Verdi, dos prestadores de serviços, disse que o projeto do governo visa apenas eliminar os direitos sociais dos trabalhadores. Na sua opinião, a Agenda 2010 diminuirá o poder aquisitivo e causará recessão e deflação.
Apoio de economistas
Apoio às reformas, o governo recebeu de um grupo de 100 economistas alemães de prestígio, que divulgaram um documento pedindo a aplicação imediata da Agenda 2010.
Os economistas alertam contra o desemprego e a crise financeira do sistema de seguridade social, e exigem mudanças radicais nas políticas econômica, trabalhista e social. Entre os signatários estão, por exemplo, o cientista Reinhard Selten, prêmio Nobel de economia, e o diretor econômico do Commerzbank, Ulrich Ramm.
No dia 1º de junho, a Agenda 2010 será submetida à votação em convenção extraordinária do Partido Social Democrático. Os setores mais radicais do SPD vêm exercendo pressão para incluir outros itens no projeto de reformas, como o imposto sobre grandes fortunas. O líder da bancada do SPD, Franz Müntefering, acha que um índice de aprovação de 70 a 80 por cento seria um excelente resultado.
O Partido Verde apóia em princípio o plano de reformas de Schröder, mas discorda em alguns detalhes. O presidente dos verdes Reinhard Bütikofer afirmou que é preciso complementar a Agenda 2010 com reformas adicionais, visando proteger os menos desfavorecidos da sociedade.
Entre as propostas dos verdes, estão por exemplo a instituição de um novo imposto sobre fortunas e heranças e uma redução das aposentadorias elevadas.