Por decreto, Trump ordena construção de muro
25 de janeiro de 2017Cumprindo promessas de campanha, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou duas ordens executivas nesta quarta-feira (25/01), relativas à construção de um muro na fronteira com o México e a medidas anti-imigração.
Trump assinou as ordens em cerimônia nas instalações do Departamento de Segurança Nacional, cujo novo titular, o general reformado John Kelly, foi confirmado pelo Senado na sexta-feira passada. Além de acelerar a construção do muro, os documentos firmados preveem a redução de repasses federais para as chamadas cidades-santuário, que não detêm imigrantes ilegais nos EUA.
Em cidades com São Francisco, autoridades locais, frequentemente democratas, se recusam a cooperar com o governo federal para agir contra imigrantes ilegais. "O povo americano não vai mais ser forçado a subsidiar essa negligência em relação a nossas leis", disse o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer.
A mão dura com a imigração foi uma das promessas da campanha eleitoral de Trump, que superou a democrata Hillary Clinton. Além do muro nos cerca de 3,2 mil quilômetros de fronteira com o México, Trump prometeu deportar 11 milhões de imigrantes ilegais que vivem no país.
Em entrevista à emissora ABC News nesta quarta-feira, Trump afirmou que a construção do muro terá início nos próximos meses, e que o México restituirá "100% dos custos" aos EUA.
"Uma nação sem fronteiras não é uma nação"
Após assinar os decretos, o republicano afirmou que os EUA vivem "uma crise na fronteira sul". "A onda sem precedentes de migrantes da América Central está prejudicando tanto o México quanto os Estados Unidos", disse. "Acredito que os passos que vamos tomar a partir de agora vão melhorar a segurança em ambos os países. Uma nação sem fronteiras não é uma nação."
Para o porta-voz Spicer, construir o muro é mais do que uma promessa de campanha. "É senso comum que se trata de um primeiro passo para realmente garantir a segurança de nossa porosa fronteira", afirmou. "Isso vai barrar o fluxo de drogas, crime, imigração ilegal para os Estados Unidos."
Também espera-se que Trump assine nos próximos dias decretos que reduzem o número de refugiados que ganham o direito de se instalar no país e proíbem a entrada, ao menos temporariamente, de imigrantes de "nações propensas ao terrorismo". A emissora CNN afirmou que os países afetados pela proibição de entrada são Síria, Líbia, Somália, Irã, Iraque e Sudão.
Desde que assumiu a presidência, na última sexta-feira, Trump já assinou outras ordens executivas controversas, cumprindo promessas de campanha. Entre elas estão a retirada dos EUA da Parceria Transpacífico (TPP, na sigla em inglês), que prometia ser o maior acordo comercial da história, e a retomada de dois controversos projetos de oleodutos.
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