Turquia prende mil acusados de ligação com golpe frustrado
26 de abril de 2017O governo da Turquia deteve nesta quarta-feira (26/04) mais de mil pessoas suspeitas de terem ligações com o movimento do clérigo islâmico Fethullah Gülen, acusado pelo governo de estar por trás do golpe fracassado de julho do ano passado.
Segundo as emissoras NTV e CNN Türk, um total de 3.224 mandados de prisão foram emitidos no país. A operação é uma das maiores dos últimos meses contra o movimento, que é liderado pelo antigo aliado do presidente Recep Tayyip Erdogan.
Mais cedo, o ministro turco do Interior, Suleyman Soylu, havia dito que a operação mirava "infiltrados" nas forças de segurança do Estado. "Até o momento foram detidos 1.009 imãs secretos em 72 províncias, e a operação continua", afirmou Soylu em Ankara.
Gülen foi um colaborador do governo turco até 2013, o que facilitou a entrada de seus colaboradores em postos-chave da administração pública. Adversários o acusam de ter criado um "Estado dentro do Estado" ao espalhar seus seguidores por cargos do governo, do judiciário, das forças armadas e da polícia.
De acordo com o jornal Hürriyet, mais de 8 mil agentes estão participando da operação, que acontece em todo o país.
Depois da tentativa de golpe, as autoridades turcas já prenderam mais 40 mil pessoas e demitiram ou suspenderam outros 120 mil profissionais de diversas áreas, como soldados, policiais, professores e funcionários públicos, todos acusados de ligações com grupos terroristas. Gülen e sua organização foram declarados terroristas na Turquia, que pede a extradição do teólogo aos Estados Unidos, onde ele vive.
As últimas detenções acontecem dez dias após um polêmico referendo na Turquia destinado a expandir os já amplos poderes de Erdogan. Analistas e oposicionistas afirmam que houve irregularidades na votação.
IP/efe/rtr