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Ritual alternativo poupa meninas da mutilação genital

Andrew Wasike
12 de fevereiro de 2022

No condado de Kajiado, no centro-sul do Quénia, mais de 400 meninas da comunidade indígena Maasai - conhecida pela prática da circuncisão feminina -, uniram-se num novo ritual que está a salvar meninas e mulheres.

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Genitalverstümmelung Messer
(Foto de arquivo)Foto: picture-alliance/dpa/Unicef/Holt

No passado, as meninas Maasai eram frequentemente forçadas a submeter-se à mutilação genital feminina. Hoje, participam no chamado "Ritual Alternativo de Passagem".

Nalutuesha Kingasunye, de 12 anos, está contente por não ter de passar pela traumática e perigosa prática como as gerações anteriores. 

"Estou feliz porque fiz este ritual. A mutilação genital causa muitas doenças e a menina sangra e pode morrer. Explicaram aos nossos pais o mal que faz e deixaram a prática", disse, em entrevista.

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Mulheres da comunidade Maasai, no Quénia.Foto: DW/H. Bihoga

Novo ritual?

Mas, afinal, em que consiste este novo ritual? Basicamente tudo o que manda a tradição Maasai – à exceção da circuncisão.

É transmitido às meninas as responsabilidades e deveres, os mais velhos partilham os seus conhecimentos e competências culturais, além de ensinamentos sobre a gravidez na adolescência e saúde reprodutiva.

Pauline Namnyek, de 15 anos, também faz parte do grupo. "Estamos a participar no ritual há três dias. Ensinaram-nos o que realmente é a MGF. Quando voltar para a minha aldeia, educarei as minhas colegas para ficarem também longe dessa prática e dos casamentos precoces", explica.

Ao fim de quatro dias, o ritual é concluído e marcado por uma celebração.

O ritual é um projeto gerido pela Fundação Africana de Medicina e Pesquisa, que visa acabar com a prática da MGF.

Kenia Massai
Membros da comunidade Maasai (Foto de arquivo)Foto: Getty Images/AFP/C. De Souza

Comunidade Maasai

O gestor do projeto, Denge Lugayu, sublinha que a comunidade Maasai respondeu bem à ideia. Mas o risco ainda é real. Nesse sentido, encorajam as jovens e as famílias a denunciar quaisquer ameaças.

"Também dizemos que, caso haja ameaças na comunidade – quer no sentido da , quer dos casamentos forçados – onde devem denunciar. Os familiares, os pais e as próprias jovens estão informados para que, em caso de qualquer ameaça, saibam para onde correr.

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Na cerimónia final, as meninas juntam-se e apagam as velas que simbolizam a MGF. Todos aplaudem, esperançosos por um futuro brilhante no caminho dos direitos e da igualdade.