Partido conservador voltará ao governo no Japão
16 de dezembro de 2012O conservador Partido Liberal Democrata (PLD), do ex-premiê japonês Shinzo Abe, obteve entre 274 e 310 assentos dos 480 que compõem a câmara baixa do Parlamento no pleito realizado neste domingo (16/12) no Japão. A informação foi divulgada pelas emissoras japonesas de televisão NHK e NTV.
Depois de ter ficado fora do governo durante três anos, o PLD retornará ao poder, e Abe deve ocupar novamente o cargo de primeiro-ministro. Juntamente com o parceiro de coalizão Novo Komeito, é possível que o partido de Abe consiga alcançar até mesmo uma maioria de dois terços no Parlamento.
Defesa de mudança da Constituição pacifista
O Partido Democrático do Japão (PDJ), do atual primeiro-ministro Yoshihiko Noda, sofreu, como previsto, uma derrota acachapante. A legenda só ocupará entre 50 a 77 cadeiras no Parlamento, conforme anunciou a emissora NHK. Antes das eleições, a sigla tinha 233 assentos. Em 2009, o PDJ conseguiu ganhar o poder e interromper as décadas do PLD no governo. No entanto, as expectativas de um recomeço político no país não foram alcançadas.
O conservador de direita Abe ocupou o posto de premiê entre 2006 e 2007 no país, quando teve que renunciar devido a problemas de saúde. Abe defende, entre outros pontos, uma mudança na Constituição pacifista, que vigora no país desde o pós-guerra, e uma política linha-dura nos atritos com os países vizinhos China e Coreia do Sul.
Crise econômica e Fukushima prejudicaram PDJ
O Partido Democrata do Japão, que permaneceu três anos no poder, não teve muita sorte desde o início de seu governo. O Executivo foi obrigado a contornar os efeitos da crise econômica mundial e ao mesmo tempo teve que tentar debelar as consequências do acidente nuclear em Fukushima, bem como do terremoto e tsunami de 11 de março de 2011. Além disso, o partido quebrou a confiança dos eleitores em função de desavenças internas.
Para o pleito no Japão estavam registrados aproximadamente 104 milhões de eleitores. Um total de 1.504 candidatos de 12 partidos concorreram a cadeiras no Parlamento. Dos 480 deputados, 300 serão designados em votação uninominal em circunscrições locais, enquanto os 180 restantes serão distribuídos de acordo com o direito proporcional de cada partido.
SV/afp/dapd/dpa/rtr
Revisão: Mariana Santos